quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Carta aos amigos II

Querido canalha: que você apodreça nestes livros de auto-ajuda. Por mim seria o mínim, depois do que você me fez.

Escrevo essa carta com o peso na ponta do lápis de toda a dor que passei. Me separei de você, não sem motivo, mas devido as circunstâncias que você criou.

No último encontro de turma que estive presente, não era a falta de felicidade ou saúde que te abalava, mas o excesso dela ao conversar com um loira, de pernas bem torneadas, no balcão do bar, enquanto eu e todos seus amigos assistíamos atônitos ao seu show de galanteios para com a moça, como se fosse um pavão se demonstrando para a fêmea. Até mesmo seus amigos solteiros ficaram com vergonha alheia de seu comportamento naquela noite. O problema maior não era você ser o galanteador do bar, mas suas desculpas  descaradas para justificar o acontecido.

Creio que seu arrependimento é tão fajuto quanto seu apego aos livros de auto-ajuda ou as histórias contadas por estes livros. Verdade mesmo é o que eu encontrei, que estava me alertando sobre você a todo tempo. Encontrei a verdade nos braços de Alana, minha amiga mais que especial.

Além de sempre contar suas canalhices, nas quais eu custava a acreditar, estava ao meu lado. Ela me ensinou a ter mais auto estima, a gostar mais do meu corpo, a conhece-lo melhor. Foi através dela que cheguei ao meu primeiro orgasmo verdadeiro, e não através deste seu pinto preguiçoso, que muitas vezes relevei em função do nosso amor.

Hoje Alana é minha mentora. Graças a ela me libertei do homem errado e encontrei enfim o prazer. 

Esta carta não é apenas para mostrar o quão errada eu estava a seu respeito, mas também partilhar o quão errada eu estava sobre mim.

Beijos.

Vivi.


Carta redigida pelo companheiro Rafael Marangoni

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