quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Et moi, et moi, et moi...

Atento as tendências de Maio de 1968, o Beco traz para vocês Jacques Dutronc:



Et moi, et moi, et moi (tradução)

Setecentos milhões de chineses
E eu, e eu, e eu
Com minha vida e minha casinha
Minha dor de cabeça e de fígado
Eu lembro depois eu esqueço
É a vida, é a vida

Oitenta milhões de indonésios
E eu, e eu, e eu
Com meu carro e minhas crianças
E seu cachorro que late
Eu lembro depois eu esqueço
É a vida, é a vida

Trezentos ou quatrocentos milhões de negros
E eu, e eu, e eu
Que vou me bronzear
Na sauna pra perder peso
Eu lembro depois eu esqueço
É a vida, é a vida

Trezentos milhões de soviéticos
E eu, e eu, e eu
Com minhas manias e meus tiques
Deitado no meu colchão de plumas de ganso
Eu lembro depois eu esqueço
É a vida, é a vida

Cinquenta milhões de pessoas imperfeitas
E eu, e eu, e eu
Que assisto Catherine Langeais
Na televisão de casa
Eu lembro depois eu esqueço
É a vida, é a vida

Novecentos milhões de mortos de fome
E eu, e eu, e eu
Com meu regime vegetariano
Bebendo todo o whisky que eu tiver
Eu lembro depois eu esqueço
É a vida, é a vida

Cinquenta milhões de sul-americanos
E eu, e eu, e eu
Pelado dentro da banheira
Com uma menina que me esfrega
Eu lembro depois eu esqueço
É a vida, é a vida

Cinquenta milhões de vietnamitas
E eu, e eu, e eu
Domingo saio para caçar coelhos
Com meu fusil, eu sou um herói
Eu lembro depois eu esqueço
É a vida, é a vida

Cinquenta bilhões de pequenos marcianos
E eu, e eu, e eu
Um porra de um parisiense
Esperando que meu cheque caia no final do mês
Eu lembro depois eu esqueço
É a vida, é a vida

2 comentários: