terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vida Acadêmica

Antes de entrar na faculdade, sempre tive a idéia utópica de que a vida universitária seria aquela época e ambiente  de liberdade, de incentivo criativo, de inovação, seja em qualquer área de conhecimento, de integração. Contudo, há cinco anos na faculdade hoje saio com uma visão diferente. 

Pode até ser que seja apenas o meu caso que esteja falando, mas por muito tempo essa minha 'visão' foi sendo jogada abaixo, seja pela dureza da vida acadêmica, seja pela onisciência de muitos professores 'deuses', seja pelos grupos restritos e estereótipos formados pelos próprios alunos.

Hoje somos, ou talvez apenas eu, restringidos a todo e qualquer instante nas nossas criações e pensamentos. Muitos usam a justificativa de que idéias e pensares novos devem ser feitos apenas no doutorado e livre docência. Mas por que esse tipo de determinação e rigidez da vida acadêmica? Há tempo certo para a criação ou há um ordem estabelecida que muitos tem tempo de vê-la questionada? Ou há todo um sistema de hierarquia que reproduz tudo aquilo que criticamos na sociedade?

O que determina uma maturidade, seja da idéia, seja intelectual, seja da vida? O que faz de nossos professores livre docentes, que recebem seus financiamentos de pesquisa, mais capazes de falar sobre as desigualdades das periferias, e não o próprio aluno de primeiro ano que vive essa realidade?

Não estou aqui questionando a validade das metodologias, do raciocínio bem formulado, etc., mas sim a própria validade de argumentação de análise. Neste exemplo, o que nos garante que a realidade vista pelo pesquisador seja mais verdadeira do que a realidade desse aluno? O fato de um ter diploma e o outro não?

Vemos os grupos estudantis, sejam organizações formais ou grupos que se encontram exporadicamente, se fechando entre si, sem espaço de troca, reproduzindo duramente e sem abertura nenhuma suas respectivas linhas ideológicas. Cadê a interação que um dia vislumbrei na universidade?

E esses grupos, além de se formarem entre cursos, como 'rixas', - ex: engenharias x medicina , todos x ciencias sociais, etc. - vão além, se fecham dentro dos próprios cursos: Os esquerdistas x os representantes do Psdb, os 'alienados' x os politicamente ativos. Qual a razão da falta de interação, da troca de informações, da falta de liberdade na argumentação, da POLÍCIA IDEOLÓGICA?!?!

Não reli o texto, mas são uns questionamentos que tenho. Quem sabe com as críticas posso pensar melhor.

Mas as principais perguntas que ficam e ficarão:

-Os limites impostos pelas titulações: até quando são válidos e representam coisas reais?
-As restrições entre si: qual a validade da discussão apenas entre iguais e o rechaçamento dos diferentes para nós que lidamos e falamos tão bem sobre a alteridade?

OBS póstuma: Apenas esclarecendo que estou falando aqui mais no campo informal. Por exemplo: Questiono as diferentes valorações para o mesmo discurso, variando apenas com o grau de titulação. Não fazemos a análise e damos o crédito necessário apenas para o discurso/argumentação em si, mas sim para o seu conjunto, juntamente de autor, renome, titulação, etc.
Longe de mim desvalorizar as titulações e falar que não há diferenciação entre os graus acadêmicos

Um comentário:

  1. A diferença entre um livre docente e um aluno ed graduação que vive a realidade é muito simples. O aluno conhece um objeto. O livre docente produz ciência.

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