sábado, 26 de dezembro de 2009

Resposta do leitor

Azedíssimos leitores,

Um dos vossos colegas que visita costumeiramente este espaço achou por bem enviar-nos sua resposta à última postagem. Sendo assim, reproduzo abaixo o texto escrito pelo leitor Bruno Santos. Um abraço e boas festas a todos.

Casmurro.





Universidade Pública: interessa-nos como ela deve ser.


Caro Casmurro e leitores,

Três imagens ilustram o texto: uma universidade pública, a estadual de Campinas, vista por cima, uma criança pobre e suja e o símbolo da maior universidade pública brasileira, a Universidade de São Paulo. O paralelo entre as três imagens mais o texto pode dar a deduzir, a cada um cabe a sua opção, mas de forma visível que a produção universitária deveria ser mais bem utilizada para solucionar questões como, a exemplo da imagem, a pobreza. Não que não produza soluções, porque o texto diz que sim, então, de antemão pode-se dizer que a universidade pública tem as soluções para a pobreza, só que não são aproveitadas, não pela sociedade, mas pelo Estado. Nada mais arrogante, mas até aí compreensível dado o porte de gênese autoral acadêmica do texto. Mas minhas ponderações não são em relação ao texto e a forma como foi construído e sim ao conteúdo.

Antes de tudo, um leitor atento, logo atentaria em antemão para os propósitos oficiais dessas autarquias submetidas ao governo do Estado de São Paulo, que as mantêm de fato, e não a sua “questionável” autonomia figurada na reitoria, institutos e faculdades e departamentos. A UNICAMP se destina a formação de profissionais liberais, técnicos em ciências (incluindo humanas), técnicos em artes e na docência, valorizando ideais da pátria, ou seja, volta-se ao mercado nacional e na compreensão de questões nacionais, puramente cientificas com viés humano, ou melhor, antropocêntrico. A USP, um pouco mais diferente, parece colocar o quesito do profissionalismo em menor instância, dando ênfase maior à investigação em ciências (pesquisas) e na docência e valoriza também a formação para professores do ensino superior. Em ambos os casos, a docência deve ser entendida como a licenciatura voltada ao ensino básico ou algo como “A universidade ao serviço da educação brasileira”, até hoje, quase sempre a condená-la em metodologia e perspectiva, mas enfim.

Acho fundamental ter isso em mente antes de se supor, por conta própria, o que deve ou não a universidade, a sociedade e o Estado fazer com a produção acadêmica. Pode-se discutir o modelo daquilo o que DEVERIAM, aí já consta outro tempo verbal, todos esses atores fazerem em relação a produção acadêmica, porque aí são os nossos achismos de um mundo melhor. Mas infelizmente, para muitos, o mundo é esse mesmo que esta aí. Mas o que deve, é o que consta em constituições e outras leis vigentes.

Em primeiro lugar, muito do que é produzido não passa de lixo acadêmico fundamentado na vaidade de seus autores, os mesmos autores que após produzi-los tornam-se mestres e doutores, e o fazem por si mesmos, por um título atribuído a si em finalidade própria não estendido à “sociedade”, compreendendo esta como o conjunto de pessoas que apenas se articulam sem tomar um partido oficial, este é tomado pelo governo – que no caso, não é sociedade. Não cabe aqui relatar se esses mesmos autores se preocupam ou não com a sociedade, até mesmo porque não seria nada compreensível gastarem-se horas de estudos em temas ou improdutivos ou não adequados ao contexto ou impróprios de problemáticas concretas e visíveis por ao menos alguns poucos que os vejam e mesmo assim, por mais humanísticas, artísticas, filosóficas ou tecnicistas que as sejam.

A universidade pública no Brasil não tem uma direção clara e sua prática é totalmente desconexa para com o seu conteúdo teórico idealizado, bem diferente da universidade pública japonesa: menor, menos acolhedora em números, mas muito produtiva para a sociedade e o Estado. Os avanços são sempre os avanços do pensamento e não os avanços das ações, mesmo em engenharias e tecnologias da informação: a própria inserção de capital multinacional na universidade já se revela como incompatível ao seu caráter nacionalista. E nesse ponto não há razão para crer numa imutabilidade social, econômica e cultural relacionada à produção científica: ela existe sim, mas é canalizada em seus fins pouco propositivos, segue adiante.

A ideia insipiente conformada em descaracterizar o “mercado” da articulação social tende a corroborar, sem maiores reflexões em si mesma, outras teses não propositivas aos formadores da sociedade e principalmente em aliená-los nas suas capacidades próprias de orientação individual e coletiva. A universidade pública no Brasil é inchada, cara e ineficiente aos olhos de sua abrangência e as poucas boas e visadas carecem ainda de muitos recursos e eixos de encaminhamento comum, daí as distorções claras em seu interior quando na repartição de recursos às linhas de pesquisa. E pondero o desalinhamento justamente pelas concepções múltiplas sobre a eficiência da produção acadêmica, pois em cada unidade ou grupo de unidades a representar áreas do conhecimento, constrói-se uma dada finalidade dessa mesma produção.

O mercado é visto como uma lombada a levar à letargia do desenvolvimento e, portanto, é de urgente necessidade a intromissão do agente exógeno: o governo. O ponto a unir o mercado como intruso e o Estado como bem feitor das ações públicas é a suposição do “BEM COMUM”. O Bem comum, e quem o define como que seja isso, é o governo, que governa a sociedade. O governo é claramente aquele o qual tem poderes de decisão sobre recursos públicos e não o parlamento, um fragmento político do Estado e nesse ponto meramente político-representativo, e não que seja pouco sê-lo. Aliás, o Estado, ou o governo propriamente dito, não define nada, é uma clara relação de subjugação dos interesses sociais mais concretos pelo grupo político nele instalado, seja “de direita” ou “de esquerda”, no neoliberalismo ou no socialismo e também na saúde e na doença.

A ver o mercado, associado às universidades públicas, como um intruso e o Estado como o bom moço a definir o que é o BEM COMUM para a sociedade, então fica clara aqui a desarticulação de algo aparentemente real: o mercado é um membro da sociedade e o Estado não, portanto, a definir os rumos tomados pelos atores internos do coletivo ‘sociedade’, teria maior autoridade sobre a produção acadêmica justamente o agente direto de sua manutenção: o capital e o trabalho, ou seja, os braços, as pernas e as cabeças do mercado. O mercado tem várias cabeças, pois ele atua em competição a buscar sempre o melhor a tornar máximos os interesses de cada individuo, assim, não cabe pô-lo como uma segunda ordem na lista de espera. O Governo é apenas um transitório a destinar os recursos que cabe às universidades, porque assim foi definido pela sociedade e também pelo mercado que a compõe e muitas vezes isso se deu por meio do parlamento, a casa política de representação dos diversos setores sociais, inclusive, os ligados ao mercado.

Quando a Faculdade de Engenharia dos Alimentos da Universidade X inova nas descobertas de pílulas revolucionárias para emagrecimento, porque assim um laboratório Y entendeu como demanda própria ou mesmo quando um grupo discente a descobre com recursos próprios da Universidade e posteriormente encaminha suas descobertas ao mercado, não o teria feito numa sociedade onde só houvesse pessoas magras ou anoréxicas. Eu, ao menos, nunca vi qualquer obra do mercado ser bem sucedida pela sua completa inutilidade, mas estudos governamentais, aí sim, têm aos montes. Engavetados, e os recursos, provenientes das riquezas produzidas pela sociedade convertidas em impostos, injetados nos ralos da ingerência estatal.

Neste caso exemplar, as pílulas foram dispostas em prateleiras de farmácias ou nos sítios virtuais, tudo regulamentado e fiscalizado conforme aquilo o quê é realmente a função do governo, orientado por normas claras e legais. O conhecimento daquele grupo de estudantes fica, e fica para a Universidade e para os próximos a nela ingressarem, também fica para a sociedade, e aliás: uma vez que seja, foi útil para a saúde de alguns que perderam alguns quilos, diferentemente das pesquisas “autônomas” cheirando a mofo, muito bem servidas como combustível de fogueiras em festas populares.

São exemplos que cabem sim em humanas e artes, por mais que se sugerisse a extinção de música clássica pela refuta da maioria ou falta de grande demanda, ainda assim a universidade a produziria, pois mesmo a minoria que nela estivesse estaria a produzir para uma minoria que por ela se interessasse, e também sem aqui supor o que se classifica como minoria em politizações redundantes, atribuições comuns aos governos de subjugação. E aqui, sem um agente exógeno, e por que não stalinista, a definir a música clássica ou casas de isopor ou arquitetura high–tech e pilhas de zinco como “BEM COMUM”.

O interesse público, e aqueles que se espelham nas possibilidades da universidade em atendê-lo, não podem ser regulados pelas minorias governamentais. A universidade pública autônoma só é efetivamente pública e autônoma quando, até mesmo, se financia dessa forma. Quando até mesmo se destina aos propósitos puros da regulação social, e por que não, mercadológica.

A ver o mercado como intruso, eu vejo um mercado cego, que define e se propõe em finalidades nele concebidas, do começo ao fim. Como se nunca houvesse perdas por apostar naquilo o que seria uma inutilidade completa às pessoas. E imagino o governo como um agente próprio da sociedade, constituinte dela, seja este como for, socialista ou não, sempre a calcular tudo em sua exatidão e racionalidade inquestionável podendo até mesmo se dar ao luxo de concentrar riquezas em pesquisas inúteis e descobertas também a contentar sua vaidade de Ser supremo, acima de todos, acima da própria sociedade e do seu mercado próprio. E se isso existe de fato. Eu desafio que se abram os livros de história ou os clássicos da literatura para comprovar essa dinâmica funcional, a mim surreal.

Bruno Henrique dos Santos
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Universidade Estadual de Campinas
br88donut@hotmail.com

13 comentários:

  1. velho q bosta!
    tai um dos cara q só passam pelo corredor da biblioteca e não param!
    AUHAuha O CARA FALO FALO E NUM FALO PORRA NENHUMA D BOM! galera do beco livre devia te postado algo melhor como resposta do leitor! postar coisa de estudante que não le e só usa termos sem entende-los como por exemplo O MERCADO FAZ PARTE DA SOCIEDADE OU "O mercado é visto como uma lombada a levar à letargia do desenvolvimento e, portanto, é de urgente necessidade a intromissão do agente exógeno: o governo. O ponto a unir o mercado como intruso e o Estado como bem feitor das ações públicas é a suposição do “BEM COMUM”" HUAhuAHUAhuAHAuhaUHAuhaAaUHuahAUHauhaUHAaHUAhuA vai ler pseudo-intelectual que idolatra o mercado e acredita que ele é eficiente! ainda tem coragem de assinar como representante do Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas...devia ter vergonha! Os intelectuais presentes e que realmente escrevem representando a instituição nem se comparam a você, nunca escreveriam tamanha baboseira!

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  2. Caro VeDv.
    Assim como você, discordo do pensamento liberal do nosso leitor que respondeu. A resposta começa com uma acusação sem nexo: de que o Estado, e só ele, se apropria do conhecimento produzido "para a solução da pobreza". Creio ter mencionado em meu post que o governo pouco se apropria das alternativas que emanam da universidade. Isso porque há interesses políticos e econômicos em jogo, que se sobrepõem a uma concepção de Estado enquanto promotor de uma sociedade igualitária. Na linha argumentativa do estudante que aqui escreveu era conveniente acusar o Estado de vilão ao início, para defender o livre mercado depois.

    De qualquer forma, creio ser enriquecedor ao debate que o estudante em questão tivesse a oportunidade de fazer sua reflexão, por isso dei a oportunidade de sua resposta. O Beco é livre e valorizamos a amplitude do debate. Isso fez, por exemplo, com que você se manifestasse e espusesse sua opinião.

    Caso queira enviar também sua resposta, aceitaremos de bom grado. Aliás, a minha está em elaboração.

    Abraços,

    Casmurro.

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  3. letargia?? exógeno??

    JESUS!

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  4. Galera do blog,

    desculpa se escrevi de um jeito pouco formal, não combina comigo manter a postura quando vejo tamanha baboseira. Mas como o escritor do blog, respondeu de forma educada tentarei ser educado também.
    Casmurro o problema não é só ele ser liberal, existem intelectuais liberais que argumentam de forma muito interessante, criando espaço para um debate realmente construtivo. Meu problema é que alem dele ser liberal ele quis escrever dificil, escreveu entaum confuso e de forma que não se tem vontade de passar do primeiro paragrafo quando se le. Comecei a ler o blog agora e pretendo acompanhar, mas acho que vcs se precipitaram ao publicar essa "carta do leitor". Sinceramente mostrei para alguns colegas do IFCH tambem (alias eu sou do IFCH) e todos eles acharam que parecia piada.

    O debate é importantissimo em qualquer instancia e qualquer local de expressão de ideias. O debate Liberais x Social Democratas x Socialistas x Sei la o que for... deve sempre existir pq assim se consegue progredir na ciencias sociais. Mas o que o tal do Bruno escreve não se enquadra em nenhum dessas argumentações mas sim em uma argumentação sem conteudo nenhum! O Mercado como algo eficiente é o pior problema dele por favor releia o que publicou e tenho certeza que os escritores do blog entenderam o que eu digo. Quanto a minha resposta não a mandarei em forma de carta para ser publicada pois se fosse para debater debateria outras publicações que aqui se encontram e realmente valem a pena serem questionadas, pois são acompanhadas de conteudo e teoria.
    De qualquer forma continue com o blog! está muito bom e traz temas interessantes! talvez falte aprofundar mais nos temas! mas parabens!

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  5. Caros leitores e principalmente VeDv e Casmurro,
    Deixei publicada aqui uma carta no dia 26/12 e nos dias 28/12 e 29/12 somaram-se quatro comentários a respeito dela, os quais eu preferi tardar em responder, para bem responder e não me precipitar, gerar desentendimentos pelo calor da discussão, pela irracionalidade.
    Em primeiro lugar, muito me envaidece o lixo que escrevi correr pelo Instituto como algo interessante, mesmo que sendo piada, pelas mãos justamente de quem o considerou muito ruim. Talvez ele não seja tão ruim assim ou talvez, com tantos bons textos publicados neste blog, logo este, o texto ruim, chamou atenção, estimulou debate e parece continuar estimulando. Observem que, até este momento, nada foi comentado sobre o texto acerca do caso da menina Geyse. Nada. Sendo este um assunto de grande valia para cientistas sociais.
    Reli tudo e para ter certeza apertei o Ctrl+F do teclado, digitando LIBERAL. Essa junção de letras aprece no meu texto uma vez, no meio de neoliberalismo lá pelo fim do sétimo parágrafo, mas apenas como efeito plástico. Nos comentários, a palavra LIBERAL aparece três vezes! Não entendi a crítica sobre eu ser liberal: eu nunca disse que sou. O crítico me enquadrou numa corrente, e de forma incoerente, depois disse que não teria como me enquadrar em uma escola de pensamento, dada a falta de conteúdo. Ficou confuso. Afinal, para o crítico, eu SOU OU NÃO SOU LIBERAL? Se faltou conteúdo, como ele poderia concluir que sou liberal?
    Primeiro quero dizer que o texto contém erros de português e a prolixidade deixa muitas partes confusas e ambíguas. O MEU MESMO. A crítica da forma é interessante, mas não caberia levar para estudantes do IEL analisar e parecer se eu forcei a barra nas palavras? FHC escreve de forma bem fácil, Marx de forma mais complicada, pois cada um tem seu jeito. Eu prefiro parece intelectual pelo conteúdo e não pela forma. Há gênios na humanidade que nçao sabem escrever. Quem fica a debater isso? QUEM NÃO TEM MUITO QUE DIZER SOBRE O CONTEÚDO, e para tal crítica, fundamentam esse não existir. (A propósito, eu não quis me comparar a um gênio).
    De qualquer forma, na imensa vontade em debater, o crítico acabou que enterrando o debate. Não se opôs a mim, só me desqualificou do começo ao fim.

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  6. Caro Anônimo,
    Por incrível que pareça, seu post foi bem mais produtivo:
    O mercado é visto como uma lombada a levar à “letargia” do desenvolvimento e, portanto, é de urgente necessidade a intromissão do agente “exógeno”: o governo.
    Neste caso, eu quis dizer que alguns consideram o mercado como uma pedra no sapato do desenvolvimento econômico e social. Como se o mercado tornasse o desenvolvimento frouxo, sensibilizasse o sistema e o governo enrijecesse, ou seja, o mercado leva à letargia no processo de desenvolvimento.
    Exógeno é o que está fora. É o oposto de Endógeno. Eu considero essa uma boa distinção entre correntes: Mercado e Estado existem, mas qual desses é inerente à composição da sociedade e qual não é? A mim o Estado é uma composição menos orgânica que o mercado, pois ele é mais artificial. O maior problema é que não tomando o cuidado quando o governo se torna uma peça endógena da sociedade, acabaríamos tendo aniquilados estruturas e instituições fundamentais que garantem a liberdade, a igualdade e a humanidade no contexto social.
    Há blogueiros bem famosos que vivem a escrever de forma mais complicada para gerar debate em cima da mesma e assim estimular o debate de conteúdo.
    Obrigado e bom 2010.

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  7. Casmurro,
    Não ficou muito preciso se ele discorda ou não do pensamento, logo depois ele assume que não conteúdo a analisar. Meu texto não deveria ser interpretado da forma como convém sê-la. Está-se colocando palavras onde eu não coloquei e se tirando onde expressei argumentando.
    A expressão LIVRE MERCADO não aparece no texto, até mesmo porque eu não elaborei a idéia do papel institucional do ESTADO, por isso, a crítica neste ponto não procede.
    Você crê em algo que nem você mesmo escreveu. Você disse que as políticas públicas não são fundamentadas pelo conhecimento produzido em universidades. Políticas públicas também podem ser feitas por empresas privadas, mas entendi que você se referia ao governo, por isso me pareceu interessante se valer desse exemplo para dimensionarmos sobre a ideia de Estado e Mercado.
    Para você, as pesquisas só podem ser aproveitadas pela sociedade de uma forma: intermediadas em políticas públicas do ESTADO. Para mim não, elas também podem ser aproveitadas por empresas privadas, por ONG’S, movimentos sociais, comunidades religiosas e tantos outros. Por que só o Estado? Se não for o Estado, o autor diz que as pesquisas estão meramente sendo direcionadas para o ralo.
    Quando você observa os interesses políticos como barreiras ao ESTADO PROMOTOR DA IGUALDADE, logo está em poucas palavras expondo toda a sua concepção sobre Estado. Quando você diz que está no Estado a realização do BEM COMUM, também está a propor a sua concepção fundamental e essencial de estrutura social. Da qual eu discordo dos pés à cabeça. E começo pelos pés, pois a mim ela é totalmente invertida.
    Seguiremos a discussão, parece que isso aqui ficou interessante. Logicamente quando há proposição.
    Obrigado Casmurro e bom 2010.

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  8. Caro Sr. Bruno Henrique,
    Creio que vc cometeu um engano. Em nenhum momento vim aqui dialogar com você, ja visitava o blog e critiquei o pessoal do blog pela postagem que eles fizeram de um leitor. Nunca direcionei o dialogo ao Sr. pq justamente com uma pessoa que gruda palavras sem ter a minima noção do que ta dizendo não se dialoga. Se vc pensa que ser liberal se resumi em defender o livre mercado está bem enganado. Deveria seguir o concelho dado e passar um pouco mais de tempo na biblioteca. O que vc escreveu ta hilario velho hauhauhaaUHAuha se vc tem orgulho das pessoas terem se divertido com o q vc escreveu, muito bom pra você. você ta no caminho certo. Mas tenho de admitir que seu comentario foi melhor q sua postagem, pelo menos deu pra ler! HAUHauhAUahuaHahuhaUHAuha

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  9. Vamos lá:

    Primeiro: Eu não disse que o Estado deve ser o ÚNICO a aproveitar as pesquisas. Simplesmente disse que o DIRECIONAMENTO das pesquisas na Universidade Pública, ao ser dado pelo mercado, compromete a autonomia da mesma e de seus pesquisadores. Bolsas são cedidas e incentivadas a quem produz pesquisas que convêm ao mercado, mas não necessariamente convêm aos objetivos do próprio estudante e que poderiam ser objetivos até da sociedade civil como um todo.

    Segundo: Você não precisa digitar a palavra liberal para que seu posicionamento o seja. Ao defender a eficácia do mercado e acusar o Estado como intrinsecamente ineficiente, crendo que este é um agente exógeno na sociedade, STALINISTA, você está adotando uma postura liberal, sim.
    Mas, se fui claro, você deve ter percebido que critico o uso da UNIVERSIDADE PÚBLICA, bancada pelo contribuinte, para fins empresariais, no que diz respeito às pautas para pesquisa. Agora, a Universidade Pública não é, nem pode ser, o único meio de produção científica das empresas. Pelo contrário, a própria Petrobras, embora ainda seja majotariamente estatal, possui seus próprios centros de pesquisa, bem como outras grandes empresas de grande porte.

    Terceiro: defendo, sim, de que o conhecimento produzido pelas ciências humanas possa ser útil na elaboração de políticas públicas. Mas eu mesmo afirmei que muitas vezes estas são pautadas por questões político-econômicas que transcendem o ideal do Estado enquanto promovedor do bem comum. Todavia, em nenhum instante, afirmei que o Estado deva deter o monopólio da utilização do resultado das pesquisas. Pelo contrário, as bibliotecas estão aí, as teses estão disponíveis e qualquer um - empresas, ONGs, órgãos estatais - podem valer-se delas. Minha crítica é ao direcionamento apriorístico da pesquisa acadêmica pelo mercado, pelos motivos já citados.

    Por fim, quanto à definição do papel do Estado, não intentei resumí-la. Mas em minha concepção, a promoção da igualdade social, a busca pelo bem comum, são metas que acredito que o agrupamento humano que dirige a máquina estatal deve se colocar a si. Contudo, é impossível ignorar as barreiras e os limites impostos pela infraestrutura econômica de uma sociedade capitalista. Mas não acredito, nem disse isso, que a busca do bem comum é algo intrínseco à definição de Estado. Em Maquiavel vemos que o Estado daquele tempo, na pessoa do Príncipe, propunha-se a outras metas, embora o órgão não possuisse ainda esta nomenclatura.

    Acredito que fui claro, mas disponho-me a continuar esclarecendo. Como aqui é um blog, e não uma revista científica, não me preocupei em definir todos meus conceitos em minha postagem. Inclusive, achei conveniente não fazê-lo, pois não quero restringir este espaço a estudantes de ciências humanas, forçando uma linguagem prolixa e o uso exagerado de conceitos acadêmicos.

    Agradeço o debate.

    Casmurro.

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  10. Conversa de surdo.

    O Bruno não disse coisa com coisa. O tal de VeDv se limitou a reclamar. E o Casmurro, coitado, tem q manter a fleuma.

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  11. Nos últimos dez posts ... finalizado pelo décimo: está todo mundo errado e só eu (cada um) está certo.
    Que bom que isso é um blog, que péssimo que a maior parte aqui está na acadêmia.

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. Assim como eu, manter o espírito do anti-anonimato (ao qual me recomendaram, por cautelas de represálias) também é da sua essência. Fico feliz que o lado bom do muro de Berlim venceu e assim podemos fazê-lo.
    Faltam tucanos mais corajosos na academia e não frouxidão. À confirmar o que tu dissestes: eu digo coisa com coisa e tucanos governam fazendo essas COISAS COM COISAS .. a diferença está na coragem de falar sem medo e sobre universidades, Tasso Jerereissati que o diga! (Será que entendeu?)

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