segunda-feira, 4 de maio de 2009


Mais uma vez cá estou, nessa manhã “climaticamente” conturbada, para falar sobre cinema. Mas hoje não vou falar dos ‘top dez’ haha aliás, o filme que trago aqui não é nem um pouco do estilo hollywoodiano de final feliz.

Réquiem Para um Sonho, filme clássico do ano de 2000 do diretor Darren Aronofsky, com um elenco que na época não era tão estrela: Jared Leto, Marlon Wayans, Jennifer Connelly e Ellen Burstyn. A história gira em torno dos quatro personagens, respectivamente: Harry, Tyron, Marion e Sara; cada um com seus vícios e com as conseqüências que isso traz.


Harry e Marion formam um casal desesperadamente apaixonado que planeja o que todo casal apaixonado costuma planejar: ter uma fonte de renda estável e viver feliz para sempre! Massss como nem tudo é perfeito (e como esse filme retrata bem isso!) os dois são viciados em heroína, bem como Jared, amigo de Harry. Os dois são inicialmente apenas consumidores, mas com o tempo decidem vender; mesmo sendo “pequenos traficantes” eles conseguem ter muitos lucros e o negócio parece prosperar. Com isso parece que a vida dos jovens é realmente maravilhosa, o casal se declara apaixonadamente após o consumo de drogas, os amigos se divertem juntos, compram um monte de coisas, enfim, tudo corre muito bem.


Paralelamente é retratada a história de Sara, viúva, mãe de Harry e viciada em televisão! Ela passa o dia inteiro assistindo um reality show, até o dia que ligam na casa dela e a convidam para participar de tal programa. A mulher fica muito feliz, conta para todas as amigas da vizinhança, fica fazendo os preparativos, imaginando o que vai falar etc. Ela se imagina com um lindo vestido vermelho apresentando o filho (um jovem - na visão dela - bem sucedido que tem uma namorada perfeita e que recentemente a presenteara com uma televisão enorme e maravilhosa) para a platéia! Mas quando ela vai experimentar o vestido, adivinhem??? Ela não cabe no vestido! Então, como é muito comum nos dias de hoje (mas não vou entrar no mérito da questão, fica para outro dia) ela vai a um médico para tomar pílulas de emagrecimento! O médico nem olha pra ela, faz meia dúzia de perguntas e receita um monte de comprimidos coloridos. Ela começa a tomá-los, e ai tudo muda: até então, ela era apenas uma velha pacata que ficava o dia inteiro no seu apartamento sentada na frente da televisão; e então de repente ela tem energia para tudo: limpa a casa, arruma isso, arruma aquilo, vai de um lado para o outro... até que nem a televisão a prende mais! E sim, ela continua sonhando com o dia que irá para o programa de televisão no seu lindo vestido vermelho falar do seu filho maravilhoso.

Lindo até agora não acham!? Mas é a partir desses acontecimentos que o filme honra a sua fama de excelente.


Como nem tudo na vida são flores como a maioria dos filmes americanos tentam fazer parecer que são, tudo tem uma conseqüência. E a conseqüência desses vícios para os nossos personagens é cruel! Receber heroína na cidade (que eu não me recordo qual é) ficou praticamente inviável, há uma verdadeira escassez da mercadoria no mercado; isso gerou duas conseqüências: o dinheiro de Harry e Jared foi acabando, e a droga de Harry, Jared e Marion também! E isso gerou duas conseqüências: o casal começou a brigar e brigar, não parecendo mais aquele casal apaixonado do começo do filme; e os dois amigos resolveram viajar para trazer a heroína de outro Estado.


Do outro lado, os efeitos das pílulas de emagrecimento começaram a diminuir em Sara, e ela procura mais uma vez o médico, que nem olha na cara dela, e fala pra ela continuar tomando. E o que ela faz??? Aumenta o número de comprimidos tomados, mistura um monte... e por que? Porque ela queria desesperadamente sentir a mesma animação que sentiu no começo, e deu certo, por um tempo.


E o que Marion faz com a falta de drogas? EU NÃO VOU CONTAR, vocês vão ter que assistir... mas vou avisar, é muito tenso, quem não tem estomago pra cenas fortes nem assista, porque é C H O C A N T E.


E os dois amigos??? Não é difícil de imaginar se a viagem deu certo ou não, até porque o gênero do filme é drama, mas as cenas que mostram o que acontece são de fazer qualquer pessoa parar e refletir não apenas sobre as drogas, os vícios etc mas sobre a vida, sobre a nossa existência, sobre o que o que a gente é capaz de fazer em nome de certas coisas que simplesmente nem deveriam ser cogitadas na nossa mente!


E a Sara, coitada... só vou dizer uma coisa: ela termina o filme no programa de TV, linda no seu vestido vermelho, apresentando o seu filho perfeito... ao lado do seu marido morto. Preciso dizer mais alguma coisa?

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