quarta-feira, 20 de maio de 2009

Amor Burguês?


Queridos leitores, seguindo a nossa nova fase de livre arbitrio total em relação aos temas, hoje quero falar de um assunto polêmico, e dedico este post ao nosso caro Snoopy e seu total despreendimento com o padrão afetivo da sociedade ocidental.





AMOR e MONOGAMIA, sinonimos? Fazendo uma breve trajetória histórica, voltemos a Grécia Antiga: nessa época fantástica que da humanidade, não podemos falar em relações afetivas apenas, mas sim em relações sócio-culturais entre sujeitos. Pois bem, por que isso? Primeiramente porque toda prática de atos sexuais e amorosos eram rigorasamente permeadas por uma série de preceitos que caracterizavam a cultura Grega tal como nós a concebemos: PROMÍSCUA? Pode ser, mas se tirarmos o cárater negativo que é atrabuído ao termo.



Homens se relacionavam com homens, algo que hoje seria chamado de homossexualidade, lá era considerado uma educação cível: um homem (cidadão) mais velho deveria introduzir (haha) um jovem (cidadão) na vida social, ensinando a ele sobre política, filosofia, artes... e amor; ou seja, introduzir o rapaz na vida social, inclusive sexualmente. O mesmo acontecia com as mulheres, apesar dos relatos serem bem menores, porque na real elas não eram consideradas cidadãs.




Enfim, hoje encaramos isso como uma promiscuidade absurda, várias orgias, ausência de pudores etc e tais práticas foram combatidas absurdamente pela nossa querida Igreja Católica, com a instauração do cristianismo como religião oficial do Império Romano (que mantinha MUITAS dessas práticas). A partir daí as relação afetivas ocorreriam apenas com a benção de Deus, sob o sagrado matrimônio, e os atos sexuais seriam destinados a um único e exclusivo fim: reprodução!




Pois bem, mesmo assim não adiantou muito, porque no século XVIII a corte Franscesa (e muitas outras) era quase que um reflexo da Grécia: mesmo com a benção de Deus, atos sexuais fora do casamento eram muito comuns, tanto que sabemos de uma série de reis e rainhas que possuíam vários amantes, há inclusive uma série de insinuações sobre alguns principes não serem filhos do rei, mas do amante "oficial" da rainha. Mas tenho uma dúvida: isso também acontecia na plebe?




Hoje entendemos que o amor e a monogamia caminham juntos, independente de ser uma construção burguesa, a nossa sociedade combate moralmente a traição (e durante um tempo combateu LEGALMENTE)... mesmo rejeitando aos poucos o sexo para a reprodução apenas, consideramos um atentado aos bons costumes orgias como as que aconteciam na Grécia, e a nossa sociedade julga e condena quem pratica atos sexuais com muitos parceiros - usei no masculino, porque acredito que o homem ter várias parceiras é considerado normal.




Mas, obviamente, eu não me coloco a favor de tais julgamentos! Defendo o livre uso do corpo para obtenção de prazeres de acordo com o que cada pessoa deseja. E não considero amor sinonimo de monogamia, apesar de termos mesclado as duas construções. E não dá pra não mencionar o machismo presente em tudo isso, porque o homem ainda precisa de várias mulheres para afirmar a sua masculinidade (devem ter jogado várias pedras em mim agora). Então, para finalizar, eu defendo essa libertação por parte das mulheres também! Porque mesmo com o movimento feminista ainda nos encaram como sujeitos (quando não objetos) sexuais passivos, que devem seguir um modelo cristão aburguesado de acordo com a moral e os bons costumes, que são MUITO opressores.

8 comentários:

  1. esse assunto é tão batido que nem tenho o que dizer pra não parecer redundante

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  2. "Liberdade", aí que mora o problema minha cara.

    O ser 'livre' é poder escolher: monogamia, poligamia, homossexualidade, heterossexualide, pansexualidade...

    Acontece que grande parte das pessoas que defendem a 'liberdade' na verdade estão é impondo a poligamia ou aquilo que é chamado de "promiscuidade" taxando cada vez mais a monogamia ou fidelidade como irracional e retrógada.

    Não sou moralista nem estou defendendo uma das posições, mas à partir do momento que uma pessoa está ciente de ambos os lados não se pode afirmar que ela é oprimida ou não. É tudo uma questão de escolha.

    O problema não está no que cada pessoa faz com sua sexualidade, mas no fato de todos opinarem sobre isso e quererem estabelecer um padrão.

    Costume é costume, cada um tem o seu.
    A cultura que obrigava a monogamia pode muito bem se transformar na cultura que obriga a poligamia. Surgiriam então os defensores da "liberdade monogâmica".

    Defendo a real liberdade individual.
    Seja qual for a escola da pessoa, que seja respeitada ao invés de ser taxada.

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  4. liberdade, respeito, são conceitos tão difíceis de serem entendidos... mesmo por aqueles que querem fazer um discurso a respeito...

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  5. Minha querida Psiquê este pobre cão mudou!
    Ele é um cão domado pelo amor!
    O amor verdadeiro que constrói e descontrói conceitos, que é louco, inexplicavél!

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  6. Meus caros declarantes do amor burguês!Seguidores da minha palavra ou ateus!Dedico minhas palavras ao dedicado e louco cão acima.Conheço-te muito pouco.Mas sei que apesar de perturbado e um coração bom.Meus caros o aburguesamento do amor foi um ato humano.O amor criado por mim, não tem certo e errado pois o amor é um sentimento que vocês demoram a entender.


    O onisciente.

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  7. Será que sinto uma pitada de conflito interno no ar?

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  8. Deus, como assim o aburguesamento é um ato humano? Vc como o todo poderoso, apesar do livre arbitrio, deixaria o sentimento mais importante para sua criação, propriamente destruí-la???balela!

    O sentimento amor é contruído socialmente.Não tenho muito gabarito para críticas sociológicas, mas amor não existe e algo criado por nós mesmos!Aburguesamento, é só um momento histórico!

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