quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Esquerda - Centro - Direita

Venho aqui hoje para expor aos queridos visitantes do Beco um questionamento que me surgiu há alguns dias. Meu objetivo aqui no post de hoje não é me posicionar politicamente, aliás, acho que isso é um tanto difícil nos dias atuais, mas pensei porque seria ou é tão difícil manter, sustentar uma bandeira política, ou uma ideologia política, como preferirem, a partir do momento que se chega ao poder, por exemplo.
Para ilustrar minhas considerações usarei duas figuras de alguma forma polêmicas.
Para começar, uso um exemplo mais antigo, o de Lula. Todos sabemos que antes de se tornar Presidente da República levantava a bandeira do Partido dos Trabalhadores com as duas mãos, propondo mudanças aos trabalhadores e defendendo inclusive a reforma agrária (aliás, prevista em nossa Constituição mas até hoje, 20 anos depois da promulgação, ainda não regulamentada e muito menos praticada). O que vemos, porém, em seu governo – que já dura longos 6 anos – é a convivência com propostas das grandes empresas econômicas, a privatização de muitas estatais, como o maior exemplo da Vale do Rio Doce (em 2007) e, ainda – claro que não só, mas também em seu governo – a explosão do escândalo do “mensalão”.
Como um segundo exemplo ainda não tão claro, porém, como já dito, polêmico, temos a figura de Barack Obama.
Devo, antes de terminar este post, fazer uma consideração a respeito da importância, não só histórica, mas também política e social de sua eleição nos EUA, já que esse fato pode ser entendido como um pedido de mudança na ordem vigente atualmente, inclusive econômica, em decorrência da crise atual, do colapso mundial, da guerra, etc.
É claro que não sabemos como será seu governo sem que ele tenha começado, mas para encerrar, o que me chamou à atenção nas indicações de Obama aos cargos de confiança, como os Ministérios, por exemplo, foi a grande coincidência de nomes com antigos governos. Logicamente que há por trás dessas indicações muitos interesses partidários, e não seríamos ingênuos de negar tal fato – apesar de acreditar que no caso de Obama não é questão de defender ou não a bandeira democrata ou republicana –, mas a proposta de Obama não “era” a renovação?! Não lhes parece, caros colegas de devaneios e seriedade, que há aqui também uma contradição?!
Será que é tão difícil manter as propostas das campanhas – com ressalvas no caso de Obama – quando se assume o cargo almejado?!
Saudações.

4 comentários:

  1. Minha cara Brasileirinha,
    Em primeiro, desculpe-me, mas este codinome arremeteu-me a meus tempos de adolescente.Mas deixando as brincadeiras de lado, creio que você foi um pouco ingênua em seu post.Política em minha singela opnião, é um grande jogo de interesse.Lula e Obama são lideres carismáticos.Logo, tendo como carisma como principal hablidade, nenhum dos líderes desagradara algum tipo de classe dominante, como fazendeiros, empreteiros, banqueiros,etc....Logo concluo que a inovação e uma grande balela no discurso de Obama.


    Desculpem a ausência, e continuem com o blog!

    Abracos!

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  2. Calma lá!
    A privatização da Vale é coisa do sociólogo (1997)!
    E não do metalúrgico!

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  3. Minha cara, o poder é uma questão muito complicada...
    Os governos atendem aos interesses das classes dominantes uma vez que são elas que controlam a economia; quanto ao povo, os líderes carismáticos, por mais que não atendam as suas demandas, têm sua simpatia, vejamos os índices de popularidade de nosso ilustríssimo presidente...
    Agora quanto à questão Obama, creio que realmente seja muitíssimo cedo para julgarmos suas decisões, e nomes anteiores não significa necessariamente tomadas de decisões de mesma natureza.

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  4. Acredito que há vários aspectos envolvidos:
    - O poder é astuto: começando como meio para transformações de cunho social e econômico, ele acaba por se transformar fim em si próprio e muitas vezes chega-se num ponto em que os atores não visam mais os fins inicialmente idealizados, mas a obteção e a manutenção do poder. Isso acontece com partidos políticos, instituições religiosas, canais de comunicação, etc. Há submissão a interesses alheios à ideologia fundante em nome do poder;
    - Tem muita coisa errada no sistema eleitoral do Brasil e dos Estados Unidos, por exemplo. Há uma inegável elitização dos concorrentes. Tem mais chances quem tem mais dinheiro para campanha. E isso acaba envolvendo, novamente, abrir mão dos ideais proclamados para conseguir bons "patrocínios". Na minha cidade, por exemplo, o candidato do PV foi financiado pela empresa que mais emite poluentes no municipio;
    - A ética na política, que vai desde a questão da corrupção até a fidelidade aos ideais proclamados, vive uma crise profunda. A aliança das classes dominantes com o poder político, e deste com os canais de comunicação, "aliena" a opinião pública, a desinteressa da política e encobre muitos escândalos. Só são revelados quando se tem interesses por tras, como o caso do "mensalão", utilizado para desmoralizar o governo lula, quando na verdade é uma prática existente desde o governo Sarney.

    Há muito mais pano pra manga. Fico por aqui. Lembro-me de um dito popular alemão muito interessante:

    "Se os homens soubessem do que são feitas as salsichas e a política, não as engoliriam"

    Saudações, caros leitores.
    Boas férias.

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