terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Educação Diferenciada!?

Bom... acho que cometi um pequeno erro na postagem, mas enfim.. hahah vamos lá, queridos internautas, seguidores, colaboradores e visitantes do Beco. Hoje venho aqui pra mais um tema polêmico, como têm sido todos os últimos relacionados à educação. Prometo ser breve, apesar de o tema proposto ser complexo:

Em uma última reunião da mais alta cúpula relacionada ao Conselho Nacional de Educação, realizada em Brasilia, se não me engano próximo do dia 20 de novembro, compareceram todos os membros deste conselho e também convidados a fim de dar suas opiniões e fornecer propostas para a educação de pessoas portadoras de algum tipo de necessidade especial, ou de deficiências, seja física, mental, sensível, enfim.
Eis que uma professora da Faculdade de Educação da Unicamp, convidada expor suas idéias, fez uma ótima explanação acerca da necessidade de inclusão dessas pessoas, acima referidas, nas salas de aula de ensino regular, normal, visto que com o devido acompanhamento esses indivíduos seriam plenamente capazes de "acompanhar" a turma, terminando por desenvolver seus próprios métodos para facilitar seu aprendizado.
Rebatendo a tese dessa educadora, muitos dos presentes, abismados com sua crença, disseram-lhe que era uma "filósofa", defendendo que ao invés de garantir o estudo dessas pessoas em ensino regular, junto com as outras crianças, por exemplo - já que vemos que este debate é mais comum quando as pessoas são mais jovens - , deveria ser criado algum projeto no qual essas pessoas tivessem sim o ensino garantido, mas este seria especial, leia-se segregado, em classes separadas e com métodos diferentes, já que elas não seriam "capazes" de seguir de acordo com o mesmo planejamento, dito "normal".
A partir do relato dessa educadora da Unicamp é que me veio a questão acerca da dificuldade de acordo sobre o tema, visto que ele suscita, e ainda mais nos dias atuais, muitas discussões. Assim, como o prometido, não querendo me alongar, proponho aqui a discussão:
1. O ensino segregado de pessoas portadoras de necessidades especiais seria uma forma realmente "eficaz" para a garantia de seu aprendizado?!
2. Esse ensino de forma separada é sustentável e seria a única forma de "ensino" posível, visto que muitas escolas, contra essa linha, vêm se adaptando e adaptando e capacitando seus professores e salas de aula para receber essas pessoas com essas necessidades específicas?!
3. E mais, ainda que haja capacitação, treinamento dos educadores, dos colegas de sala e do grupo como um todo, não seria possível a integração no ensino regular, "normal", dessas pessoas?!

Ficam aqui esses questionamentos, que são apenas alguns dos que podem surgir acerca desse assunto polêmico.. Considero encerrada a minha fala e aberta a sessão de debates! (haha)

6 comentários:

  1. Muito pertinentes seus questionamentos, minha cara.

    Penso que segregar não é o caminho. Se queremos educar para a inclusão social dessas pessoas, portadoras de deficiência, no mercado de trabalho e, sobretudo, na vida cotidiana, é preciso que a inclusão comece na própria vida escolar. Caso contrário tanto o portador de deficiência, quanto os colegas "normais" serão educados para a segregação, para a distinção de acordo com critérios cognitivos, o que perpetua os preconceitos que se vê.

    Sou adepto de que os portadores de deficiência sejam educados nas salas de aula normais, junto com as demais crianças, e acompanhados por psicólogos/psicopedagogos (as) capacitados para uma assimilação melhor do conteúdo e para amenizar os impactos gerados pelo preconceito alheio.

    Deixo aqui minha opinião.

    Um forte abraço.

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  2. Também acredito que qualquer tipo de segregação, mesmo que com essa "boa intenção", percorra o caminho contrário e cause ainda mais preconceito, ao invés da proposto de inclusão.

    Concordo plenamente com as palavras de Bentinho, porém, acredito que uma alternativa possa ser um reforço especial a esses alunos, acompanhado por professores e psicólogos, assim, o aluno acompanharia a turma e não deixaria ser assistido. É uma alternativa...

    O que mais destacaria, nesse assunto, é que acredito que os professores devam ser mais bem preparados para lidar com os alunos especiais em sua graduação normal, e não terem que recorrer a cursos de especialização, como vem acontecendo.

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  3. Acredito que o melhor SERIA diferenciar msm. A situação do professor nos dias atuais, principalmente no Brasil, é péssima e isso seria explorar mais o professor, sendo que além de dar aula(s) para alunos convencionais ele ainda teria que desenvolver técnicas para ensinar alunos deficientes, e tudo isto ao mesmo tempo. Ou seja, no caso de alunos surdos com alunos ouvintes ele teria que falar com as mãos e com a boca ao mesmo tempo, fico imaginando o desgaste fisico que isto provocaria.

    Porém, considerando as consequencias culturais que isto geraria, esta prática possivelmente aumentaria o preconceito, principalmente quanto ao mercado de trabalho - as crianças iriam possuir um estigma social já pelo fato de terem em seu diploma "formado em escola especial X". Além disso me questiono a respeito da qualidade dessas turmas especiais: seriam piores, melhores ou iguais às outras turmas? Será que seu papel inicial seria cumprido? Mesmo com tudo isto também acredito que estas crianças sofrem, de qualquer forma, preconceitos mesmo nas turmas normais, o que pode ser traumatizante.

    Acredito que o ideal era ter um ensino especifico, e pra cada deficiencia também teria um método de ensino especifico, mas visto os contra-tempos que isto geraria talvez seja melhor que as coisas continuem como estão até que os riscos de preconceitos sejam eliminados (que talvez nunca aconteça).

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  4. Eu tive aulas durante todo esse semestre com essa professora e ela é simplesmente genial. É arrepiante pensar que a Educação de nosso país está nas mãos de pessoas incompetentes, que não tem o mínimo de conhecimento, formação ou bom senso necessários para lidar com essa área. Como ela mesma afirmou durante as aulas, colocar um aluno surdo em uma escola especial qualifica-o como somente surdo. E nós somos o que? Só ouvintes? Ou seja, a deficiência, seja ela qual for, é apenas uma faceta do indivíduo e não sua totalidade. A lógica de afastar o indivíduo social e tratá-lo como diferente é, no mínimo, cruel. Coloco abaixo o link para o blog da disciplina da professora em questão. Há muitos textos interessantes postados que tem tudo a ver com essa discussão: http://www.escolacultura.blogspot.com/

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  5. Não concordo de forma alguma quando Shem diz "o melhor SERIA diferenciar msm"!

    Qualquer tipo de diferenciação é prejudicial, causa ainda mais preconceito. E quanto à formação do professor, da mesma forma que qualquer um de nós, deveríamos estar preparados para lidar com qualquer deficiência, isso sim.

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  6. Eu não concordo. Seria ideal se cada um tivesse um prof particular pq cada pessoa tem seus próprios limites e sua propria subjetividade. Ou mesmo os onibus feitos para deficientes, você acha essa diferenciação ruim? Território indigena e território quilambola? Qd eu falei em diferenciar não quis dizer segregar. E a questão não é se o professor está preparado para dar aula para deficientes ou não. O que eu me pergunto é se a aula terá a mesma qualidade para deficientes e não-deficientes, sendo que o professor vai ter que usar duas técnincas simultaneamente. Tb não acho isso impossivel, mas ficam minhas duvidas.

    Bom eu coloquei o SERIA em caixa maior justamente para chamar a atenção de que no atual momento não é a melhor solução.

    É eu concordo com o Tequila.

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