terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Discutindo com meu caríssimo companheiro Quincas sobre o post de hoje, pensei em uma diferente abordagem sobre o tema. Nessa semana as principais universidades públicas do país irão divulgar a lista de aprovados para a segunda fase do VESTIBULAR, rs! Acredito que muitos aqui já tenham passado por esse desespero (independentemente de qual foi a universidade escolhida). De qualquer forma, o que eu quero criticar aqui é que cada vez mais o ensino brasileiro está se padronizando em métodos de aprendizagem que têm o mesmo objetivo final: a aprovação nos vestibulares mais concorridos. Assim sendo, vejo crianças de 7 anos sofrendo para decorarem coisas e mais coisas porque terão PROVAS ESCRITAS e classificatórias.

Tudo bem, eu sei que isso é em decorrência do mundo que nós vivemos hoje, em que a competição é cada vez mais acentuada, e nós temos que ser melhores que todos os outros, nós temos que vencer, não é mesmo? Mas não é porque é assim que a gente tem que abaixar a cabeça e ficar quieto, mesmo conseguindo justificar e entender o porquê das coisas serem como elas são não implica necessariamente que aceitemos e continuemos na inércia.
[momento desabafo rs]

Vejo cada vez menos escolas com uma formação ‘alternativa’ – aquelas que pelo menos no ensino primário a criança não tem provas escritas; que as disciplinas oferecidas não se resumem as que caem nos vestibulares, mas incluem ética e cidadania, filosofia, etc; escolas que a avaliação não consiste apenas em quanto o aluno tirou nas provas somado ao peso das lições de casa que ele realizou (argh!), mas juntamente com isso um outro olhar sobre o aluno, outros critérios de avaliação que buscam analisar não apenas sua evolução e crescimento como estudante, mas também como pessoa, como cidadão.

Mas é complicada uma discussão sobre tal assunto, uma vez que além de englobar aspectos do nosso sistema econômico - que cada vez mais ditam as regras sobre todos os outros setores da vida social – envolve também uma discussão sobre o ensino brasileiro; e nesse caso, sobre o PROFISSIONAL, o professor.

Todos nós sabemos a discrepância na qualidade do ensino público e do privado! Profissionais bons e ruins existem em ambos os lados, mas concordam que na rede de ensino privado o professor recebe salários melhores porque ele tem que oferecer um aprendizado ‘melhor’??? Assim sendo, vejo que quem pode buscar uma ‘formação alternativa’ é justamente quem pode pagar por ela, quem pode optar por colocar seus filhos em um colégio de ensino integralmente voltado para a competição e aprovação no vestibular; ou em um colégio que tenha um outro olhar sobre o aluno.

De qualquer forma, é quem tem OPÇÃO. E quem não tem, como é que fica?

3 comentários:

  1. ai que esta, quem nao tem nao fica!
    e querendo ou nao esta formacao alternativa e para rico pois pobre nao tem tempo para olhar social!

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  2. Sabe...
    há escolas que não focam no vestibular.. como as técnicas (antigas ETES) de São Paulo.
    De experiência própria digo que não são melhores..
    Você sai sem estar preparado e é fato, precisa entrar numa universidade.
    Acho que é uma coisa que precisa ser pensada.

    Porém, creio que mais que profissionais a escola forma as pessoas responsáveis pelo mundo, logo precisa mais do que conhecimentos básicos de química ou história como já disse a Psiquê!

    O que o Dom Juan aqui de cima disse.. também é muito verdade!

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  3. ambos os comentários acima estão cheios de razão...

    salientaria, ainda, pegando um gancho no que disse Colombina, que as escolas técnicas formam única e basicamente para uma profissão, para uma técnica (digo por experiência própria...), ou seja, mão-de-obra e ponto.

    além do mais, esse enfoque em vestibular só tem desvalorizado a educação...

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