quinta-feira, 13 de novembro de 2008

As catástrofes são úteis.

Saudações pessoas.
Sem muitas churumingas ou cordialidades aqui inicío os meus escritos.


Considerando a amplitude do tema destinado a esse dia, aquele temido e abrangente palavrão começado com a letra P, penso que a idéia prevalente do assunto tratado seria Mr. Hussein que agora governará aquela "roma em chamas". Mas francamente, tal assunto está em demasiado batido, chacoalhado, explorado e discutido ao ponto de eu não ver o que mais poderia ser dito sobre isso. A única coisa que afirmo é que: seu valor simbólico é sim extasiante e isso pode ser revertido em muitas façanhas políticas internas. Mas as políticas externas de uma potência (será que ainda o é?) imperialista (até quando?) não vão mudar de forma significativa por causa de, nas palavras do sr. Berlusconi, "um rapaz simpático e com um belo bronzeado". Lembrando a todos a severa implicância dos "demos" ianques perante nossa queridinha e sensual latinidade política, como o conto do livre comércio pregado pelo último "demo" (aquele muito atencioso com suas estagiárias).

Assim sendo, agora sim chego ao foco dessa publicação: a crise!

Sim meus caros, política e economia dormem no mesmo berço.
Já se perguntaram o que seria do mundo, se os economistas que o governam tivessem lido com mais atenção um tal de Karl Heinrich? (aquele alemão barbudo que não falava coisa com coisa e ainda vivia do dinheiro do amigo, lembram?).
É no quinto volume de sua maior obra que Karlinhos deixa claro que seu pensamento ainda é o mais importante para alguém que tenha algum interesse em entender esse tal de capitalismo.
Os trechos que seguem mostram como sua teoria ainda é válida, mas que por certas ideologias (pregadas por aquele que estão falindo) foram julgadas como idéias ultrapassadas e jogadas ao limbo da imperfeição no fantástico mundo das utopias:

“Num sistema de produção em que o mecanismo do processo de reprodução repousa sobre o crédito, se este cessa bruscamente admitindo-se apenas pagamento de contado, deve evidentemente sobrevir uma crise, corrida violenta aos meios de pagamento. Por isso, à primeira vista, toda crise se configura como simples crise de crédito e crise de dinheiro. E na realidade trata-se apenas da conversibilidade das letras em dinheiro. Mas, essas letras representam, na maioria dos casos, compras e vendas reais cuja expansão ultrapassa de longe as exigências da sociedade, o que constitui, em última análise, a razão de toda a crise.”

"Ademais, massa enorme dessas letras representa especulações puras que desmoronam à luz do dia; ou especulações conduzidas com capital alheio, porém, mal sucedidas: finalmente, capitais-mercadorias que se depreciaram ou ficaram mesmo invendáveis, ou retornos irrealizáveis de capital"

"Tudo aqui está às avessas, pois, nesse mundo de papel, não aparecem o preço real e seus elementos efetivos, vendo-se apenas barras, dinheiro, sonantes, bilhetes, letras, valores mobiliários”.

“Representa para o possuidor e para o credor deste (e como garantia de letras e empréstimos), menos capital-dinheiro que ao tempo em que foi adquirido e em que, por ele garantidos, se efetuaram descontos e empréstimos."

Não sei quanto a vocês, mas eu penso que essa análise feita no século retrasado é um tanto quanto mais precisa do que as encontradas hoje ao se abrir alguns jornalecos por aí ou ligar aquela caixa luminosa no horário nobre (??) para se escutar os especialistas (??).

Nem preciso comentar os trechos e muito menos relacioná-los com a atualidade, né?
O que me deixa pasmo, meus caros, é saber que existe toda uma gama de figuras mitológicas, faunas tupiniquins e verbos imperativos (demos, tucanos e Veja) defendendo um tal de neoliberalismo! E ainda mais, que o governo corte os custos!

Sem querer me prolongar mais, aqui deixo meu apelo a uma reflexão.
E não se esqueçam:

"Ao vencedor as batatas".

6 comentários:

  1. Sábios comentários caro Quincas...

    Sábios comentários!!!

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  2. A imagem diz tudo: canonizaram o Obama e não avisaram o papa.

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  3. deve ser por isso que Marx incomoda tanto a alguns, o cara sabia do que falava... rs!

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  4. Sinto-me saudado.
    Quanto ao berço, penso que política, economia, etnia, filosofia, psicodelia, e outras tantas ideologias dormem todas no mesmo berço, e o berço é do tamanho do mundo.
    Sabendo que a menina agora é Quincas e que além de linda, ienteligente e mais bela ainda, agora escreve num blog, vejo que algumas palavras mais poéticas realmente surtem efeito bombástico e sinto-me novamente saudado.
    Claro que esse espaço misiático já se encontra entre os meus favoritos e aos vencedores o purê em bom português mesmo...
    Beijo, meu amor
    Borba

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