sábado, 29 de novembro de 2008

Ensino Religioso

Saudações pessoas.

Primeiramente venho questionar: o que é que acontece com nossos assíduos comentaristas?
Estariam todos na labuta diária deste penoso fim de ano?
Ou estaríamos nós sendo prolixos na arte da escrita?
Peço que deixem dicas e críticas para melhor vos satisfazer.

Feitas essas salientações, dou o tema dessa publicação: o ensino religioso.
Graças a nossa queridinha e doce mídia brasileira mais um assunto um tanto quanto importante foi deixado de lado para se dar espaço a assuntos mais prodigiosos como o futebol.
Pra quem ainda não sabe, em sua última visita a Itália nosso popular presidente fez uma visita ao Vaticano onde assinou um compromisso de se integrar obrigatoriamente ao currículo da educação básica o 'Ensino Religioso' como matéria.


Pois bem, não vou entrar na questão de estado laico porque isso pra mim é impossível.
Basta ver que diariamente o tema religião é tratado nas escolas, seja na aula de português ou na de história. Ou o fato do estado Francês se proclamar laico mas fazer uma dura perseguição a liberdade religiosa em espaços públicos.
Acontece que o intuito do ensino religioso, apesar de ser assinado no Vaticano, é o de ensinar aos alunos religião, ou seja, englobando a todas e sem se transformar em uma catequese.

Sem querer me prolongar em um grande texto já que você, meu querido leitor, provavelmente está fadigado e com a mente de férias, deixo algumas questões pra reflexão:

1) Realmente essas aulas não serão tendenciadas pela religiosidade do professor?
2) As aulas existentes já não são influenciadas pela religião do professor? (ex: criacionismo x evolucionsmo na biologia ou a abordagem da inquisião na história)
3) É importante se ter consciência da vastidão de pensamentos religiosos?
4) O que você acha importante de se tratar nessas aulas? (ex: conceito de religião ou o funcionamento de cada religiosidade)

Cumprindo minha promessa de ser sintético, considerem essa publicação encerrada.

7 comentários:

  1. Não sou de todo contra o ensino religioso, desde que nao seja instituido por igreja alguma, que haja capacitação aos docentes e que tenha um conteúdo programático fixo, que contemple várias vertentes (e as consequencias sociais, positivas e negativas que se sabe na história) e vise, em última instância, a TOLERÂNCIA e o RESPEITO.

    Tendencionismo sempre haverá, em história, geografia, filosofia, sociologia, etc. Mas um conteúdo programático amplo pode ameniza-las. Mas, desde que bem organizado e sistematizado.

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  2. Ah, nessa linha, recomendo o seguinte artigo:
    http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/mydownloads_01/singlefile.php?cid=37&lid=1733&PHPSESSID=03128ac74d7fd48942d8cccf151d7750

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  3. Minhas queridas ovelhas,
    Creio que nosso adorado presidente tenha acertado no acordo.Tenho certeza, que como a sociologia e filosofia, o ensino religioso traz algo interessante para minhas pequenas ovelhas.Digo isto pois, é um fato que faltam matérias de reflexão em seu ensino, o que acarreta em vários problemas sociais.

    Desculpem-me a ausência!
    Estou muito atarefado este fim de ano.


    O onipresente!

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  4. Ilustres colegas,

    Concordo plenamente com Bentinho quando diz que esse ensino deve priorizar a tolerância e o respeito, virtudes que, sobretudo na religião, têm se tornado raras.

    Acredito que o ensino religioso deva ser importante sim na educação e, por mais que certa tendência dos professores possa existir, creio que devam ser escolhidos os profissionais que a amenizem, e concordo com a idéia de um ensino que preze pela diversidade religiosa, isento de qualquer tipo de pregação.

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  5. Quanto à ausência de comentários, creio que o final do ano é sim um motivo para tal.

    Em minha humilde opinião, sugiro que abram espaço àqueles que comentam para sugerir temas a serem abordados e façam melhor uso de imagens (é sempre um apelo visual...).

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  6. Respeito a opinião dos que são a favor, mas eu sou contra. Primeiramente porque a neutralidade não existe: os professores iriam abordar temas das religiões que eles simpatizam. Então me dirão que para resolver este problema bastaria ter vários professores de diferentes religiões, ora isso também não me parece possível visto que as escolas também não conseguem ser neutras (nem o Estado consegue). Secundariamente porque não acho a reiligião fundamental no desenvolvimento do ser humano e, também, porque já existem instituições destinadas à educação religiosa onde a pessoa procura por livre vontade, o que não vai acontecer nas escolas. Por ultimo, e talvez o mais importante, porque as crianças e adolescentes não tem um pensamento crítico maduro e, portanto, são faceis de serem induzidas a acreditar em coisas sem se questionarem sobre a veracidade dessas coisas, pelo menos eu era assim. Hoje vejo, quando me comparo com o passado, que abdiquei de varias coisas que acreditava (não só em relação à religião) ao criticar estas proprias coisas, mas eu sempre fui um pouco crítico.

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  7. Caro Shem.

    Os tendencionismos sempre irão existir. Tive professor de história marxista, professor de geografia neoliberal, etc. Isso acontece com quase todas as matérias.

    O Ensino Religioso se faz importante porque muitas pessoas aderem a uma religião sem conhecer outras, sem ao menos saber do que as outras tratam. O Ensino Religioso não visa ensinar a religião em si, não é catequese. A idéia do Ensino Religioso é promover um diálogo inter-religioso mais saudável do que se tem tido mundo afora.

    Lógico que o professor tem suas crenças, mas um processo de formação docente e uma seleção coerente do educador poderá permitir escolher um professor que, mesmo tendo sua própria religião, vise uma formação marcada pelo respeito e pela tolerância.

    Em suma, não se pretende ensinar crianças a rezar o Pai Nosso e Ave Maria. Isso é papel da Igreja. A escola, pelo contrário, mostrará aos alunos que não existe só a Bíblia, mas também o Corão, a Torá, os mitos gregos, o animismo indígena, etc. Ao invés de determinar a religião do aluno, poderá ser um meio do próprio aluno ter uma visão mais ampla, para, caso queira, poder aprofundar na vivência sagrada que mais se identificar. Ou então concluir que nenhuma delas lhe agrada.

    Além disso, para crianças pequenas, o próprio Gramsci defendia o Ensino Religioso, já que o mitológico seria um meio viável para a construção de valores para uma vida em sociedade mais solidária.

    Bom, é um assunto que poderia dar muito pano pra manga.

    Abraços, colegas.

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