quarta-feira, 12 de novembro de 2008

De desculpas ao cinema brasileiro.

Bem-vindos, caros leitores!

Primeiro, venho pedir desculpas pelo atraso deste post. E como não vou postergá-lo com desculpas aí vai!


Partindo de um projeto quase que ideológico, neste blog propomos, como já disse nosso querido camarada Calvin em seu texto inicial, a liberdade de nos expressarmos sem vínculo algum com academicismo ou algum "ismo" qualquer que seja ele. Quando idealizávamos o que faríamos e o que iríamos propor, decidimos por adotar pseudônimos a fim de mantermos nossa identidade, nossas aspirações e pontos de vista, sem sofrer qualquer tipo de coerção. Escolhemos temas a fim de tentar apenas manter uma “ordem” e forçar a nós mesmos uma pesquisa em determinados campos que pouco conhecemos. Retomando novamente o post de nosso camarada Calvin, quando escreveu: “que se abram as cortinas...” nada melhor do que falar de um espetáculo e por que não, penso eu, não abordar a sétima arte, sim, meu querido internauta, o cinema!

Este fim de semana assisti ao filme Meu nome não é Johnny, baseado em uma história real, que resumindo trata da vida de um jovem de classe média que se torna um expoente, na década de 80, do consumo e da venda de entorpecentes.
Digo que não foi o melhor filme brasileiro a que assisti, mas vou dividir este texto em duas partes. Na primeira, abordarei o cinema brasileiro com algumas dicas de filmes. Na segunda, vou abordar o filme citado, com o intuito de gerar uma discussão entre companheiros de blog e internautas...

Apesar de não conhecer muito bem o cinema brasileiro antes da década de 50, sei que este viveu tempos de glória antes da invasão dos enlatados americanos. Percebo agora uma lenta volta do cinema brasileiro ao circuito mundial e digo que fico muito feliz com isto. Vou ressaltar as últimas produções a que tive a oportunidade de assistir e creio que seria de bom grado que vocês as assistissem.
O primeiro título a indicar seria Ensaio sobre a cegueira, homônimo do livro brilhante do escritor português José Saramago, dirigido por Fernando Meirelles que também destaco como brilhantíssimo diretor. O filme é pesado, até difícil de assistir. Chocou-me, pois me fez lembrar de como o ser humando pode ser mau e de como pode se chegar a barbárie rapidamente. Longe de mim ser rousseauniano para acreditar que o homem é bom por natureza e muito menos da minha ingenuidade de pensar que não estamos em uma barbárie, mas o filme nos faz pensar e lembrar como a barbárie e a maldade estão presentes, só não estão visíveis à maioria.
Não vou me extender na crítica de tal filme.
Retorno as indicações de filmes para quem sabe esse próximo fim de semana, quem sabe naquela tarde de domingo ociosa. Ainda tratando do diretor Fernando Meirelles, destaco Cidade de Deus (2002) e Domésticas (2001).
Destaco ainda como ótimas pedidas os filmes: O pai ó, Carandiru, Madame Satã e O Auto da compadecida cada um a seu estilo.

Bem, retomando o filme Meu nome não é Johnny, colocou-me algumas questões. O personagem encarnado na fase adulta por Selton Mello tem contato com as drogas na fase adolescente. Ainda nesta fase, o personagem vê a separação dos pais e fica sobre a guarda do pai, que sofre de uma doença respiratória. Até aí levanto as seguintes questões: a facilidade de contato com as drogas na adolescência e a "moral" aplicada à doença do pai que, usuário de cigarro convicto, mesmo com um cancêr(suponho) não larga o vício. Não enfrentando nenhum tipo de problema, o personagem principal começa a fazer pequenos tráficos e logo se torna um traficante da classe média-alta. Os pontos a que quero chegar são estes:
-Por que um jovem de classe média carioca se envolve no tráfico? É porque a família não estava estruturada e, assim, não conseguiu mostrar ao jovem o caminho dito correto pela sociedade ou a facilidade do dinheiro proporcionado pelo tráfico corrompe todas as classes?
-Qual o papel do Estado perante o tráfico? Deve-se pensar neste problema como um caso de saúde pública ou como um problema de segurança nacional , já que a maioria dos entorpecentes é produzida fora das fronteiras brasileiras e seu tráfico envolve a questão fronteiriça?

Deixo essas questões, meus caros!
Espero que vão à locadora ou ao cinema ainda esta semana e prestigiem o cinema brasileiro, que tem muita coisa boa!

Ao som de Pixies - Hey

Beijos me liguem!

Snoopy

2 comentários:

  1. Questões muito bem propostas!

    Particularmente, indicaria também Bicho de Sete Cabeças, que trata a questão das drogas sob a ótica da família e, ainda, de maneira brilhante (e também impactante!), o sistema de encarceramento psiquiátrico...

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  2. ainda melhor que as indicações dos filmes foi o som que este post foi contruído!

    Creio que nas questões colocadas, a questão fronteiriça brasileira com o tráfico de dorgas e a mais relevante!


    e como lembro nossa querida Amelie
    bicho de sete cabeças foi esquecido no post!

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