domingo, 28 de dezembro de 2008

Quase...

Olá queridos!!

Estamos no fim do ano, já comecei os balançoes e as promessas pro próximo!
Em meio a isso, me lembrei de um texto do Luiz Fernando Veríssimo que ouvi a Ana Carolina recitar num show. Achei que cabia bem pra hoje:


(é um pouco grandinho...)

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que lanejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."



Ótimo Ano Novo!
Cheio de alegrias,amor, coragem, planos, fé....!!!


Um beijo enorme!
Colombina.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Amazônia

Boa tarde, caros companheiros de blog! Hoje venho aqui para falar de meio ambiente e, prometo mais uma vez, ser breve.
Achei interessante um dia desses que assistia televisão comentar sobre o portão na internet do Globo Amazônia, pode ser, claro, mais uma jogada de marketing da emissora de televisão, levantando a bandeira da preservação ambiental, mas por que não dar os créditos pela iniciativa de fornecer um meio de navegação online onde seja fácil o acesso às últimas queimadas ocorridas, às últimas derrubadas de árvores etc.?
Meio este, acho interessante dizer, que além de permitir a informação das pessoas, permite ao usuário cadastrado realizar protestos quanto às queimadas e corte da mata nativa, ocorridas em pontos da floresta.
Também acredito ser este uma forma mais do que de informação, somente, de conhecimento, de protesto, que pode trazer a revolta daqueles que se importam frente à grande quantidade de área devastada, por exemplo, revolta esta que, esperamos todos, um dia, possa vir a mudar algo em relação às derrubadas ilegais de árvores, às madeireiras instaladas sem autorização na floresta, às queimadas inúteis para a agricultura, já que todos sabemos que o solo da região é pobre sem as árvores.
O portal também se estende para a televisão, quando a emissora, em parceria com empresas de grande porte econômico do país, como o Banco Bradesco e a Natura Cosméticos, realiza comerciais mostrando algo sobre a região amazônica, como alguma árvore nativa, alguma espécie que vive no local ou sobre as populações ribeirinhas, a fim de, acredito também, mostrar a importância da preservação e da mudança do que vem ocorrendo.
Claro que, repito, mais uma vez pode ser uma forte jogada da emissora juntamente com as associações comerciais, mas dou aqui, pelo menos até agora, neste post os créditos à emissora pelo incentivo.
Até Breve!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Lixo reclidado

Boa noite caros leitores.
Sem muito o que falar, vou ser breve.

Ultimamente eu ando pensando um pouco sobre este assunto, o lixo reclidado, e algumas duvidas acabam me incomodando muito. Hoje, apesar de não ser predominante, a reciclagem do lixo anda crescendo. Mas eu me perguntou: o quê é recilcagem de lixo? No meu entender seria reutilizar um produto para varias vezes, evitando a fabricação de novos produtos. Entretanto, a reutilização é interpretada de diversas maneiras, pelo que eu posso ver, pelas pessoas.

Acontece, frequentemente, casos em que o lixo é utilizado para fazer obras de arte ou até mesmo carros alegoricos carnavalescos. Não que isso seja ruim, até acho interessante do ponto de vista da cultura, mas este tipo de reutilização seria uma reciclagem? Ela reduz os impactos ao meio-ambiente, sendo que ela não reduz a fabricação de produtos industriais?

As empresas usam, frequentemente, a preservação ao meio-ambiente na produção de propagandas positivas, entretanto não conheço uma empresa que usa materiais reciclados, algo que hoje em dia se tornou "comum" visto que a maioria dos lugares tem cestas de lixo para reciclagem.

Há poucos anos atrás, no governo de Marta Suplicy, a prefeitura criou impostos sobre o lixo que serviriam para a criação de uma coleta seletiva de lixo para reciclagem. Atualmente a coleta ja está sendo realizada, entretanto o verdadeiro destino deste lixo é desconhecido, pelo menos por mim; nada é dito sobre ele e até o momento não conheço nada que tenha sido feito com lixo reciclado pela prefeitura (ou empresa coletora de lixo contratada).

Para finalizar gostaria da opinião de vocês sobre o assunto. O quê seria uma reciclagem de lixo ideal? Podemos falar em reciclagem de lixo sendo que as empresas (a maioria) não reutiliza o mesmo material para o mesmo fim (apesar da tão falada garrafa pet, nunca via a coca-cola ou a antartica dizerem que reciclam suas garrafas, o que ocorria antigamente com as garrafas de vidro)? E esta reciclagem é eficiente contra a redução de danos ao meio-ambiente?

Po... esia? lítica!

Queridos amigos, leitores e etc,

hoje eu deveria postar sobre algum tema atual da política, mas resolvi que faria de outro modo, por não saber o que escrever e porque nada me atriaiu absurdos.

Estou postando então um poema do Drummond, que é baita manifestação política em sua época e atualmente.

As coisas não tem mudado muito...
As coisas não tem mudado muito...

Elegia 1938


"Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas eas ações não enceram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guardas chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas por entre os mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan."

Um Beijo!
Colombina

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Big Brother Is Watching You!

Saudações Pessoas.

Pois bem, quem me conhece sabe de minha paixão por distopias literárias.
E como primeira publicação sob o tema literatura é óbvio que minha escolha seria aquela que considero a melhor distopia já feita: 1984 de George Orwell.


Imagine uma sociedade onde o Estado é onipresente: que tem a capacidade de alterar a história, de oprimir e torturar o povo e de travar uma guerra sem fim. Uma sociedade onde a liberdade individual é regulada incansavelmente, principalmente a subjetividade. É esse o mundo retratado por Orwell em sua obra escrita no ano de 1948.

Num futuro incerto e que um personagem calcula ser o ano de 1984, na cidade de Londres, em nome do 'bem comum' e da 'segurança' cada indivíduo é obrigado a ter um aparelho chamado "teletela" (uma espécie de televisão com câmera) que diariamente fica jogando imagens e notícias, ordens e hinos, delimitando o que é verdade e o que não é, ao mesmo tempo que fica gravando tudo que ocorre ao seu redor e enviando ao Estado.

O Estado é simbolizado pelo 'Grande Irmão' (big brother) que além de passar diversas vezes por dia na teletela, tem também cartazes com seu rosto espalhados por todas as ruas e prédios da cidade intimando toda sociedade a respeitá-lo como herói que trouxe o progresso aquela nação.

O lema do seu partido é:

GUERRA É PAZ
LIBERDADE É ESCRAVIDÃO
IGNORÂNCIA É FORÇA

O enredo do livro se dá quando o personagem principal (Winston) resolve ir contra essa ordem para conseguir viver sua individualidade e sem precisar dar satisfações ao Estado, sendo o final totalmente inesperado pelo leitor (pelo menos pra mim foi).

Sendo um militante de esquerda, o autor lutou na guerra civil espanhola pra implantar o regime socialista naquela país. Porém, após uma visita a URSS e conhecendo o Stalinismo, lança esse livro como um alerta aos perigos dos regimes totalitários.

São inúmeras as interpretações possíveis perante esse livro. Muitos associam o 'Grande Irmão' aos Estados Unidos e até mesmo o 'Ministério da Verdade' ao Google. A teletela, é claro, é uma imagem perfeita do computador e assim por diante.

Fato é que esse livro é fonte de inspiração pra diversas mídias:
- Na televisão, o programa 'Big Brother' tem esse nome como uma referência ao controle e ao uso de câmeras, havendo até a 'teletela' onde o apresentador se passa pelo Grande Irmão.
- O site 'Mercado Livre' também tem o nome de referência ao mercado informal presente no livro, onde é o único meio de se comprar sem controle do estado e assim conseguir mercadorias diferentes das oferecidas.
- Os quadrinhos, assim como o fime 'V de Vingança' são óbviamente embasados quase que por inteiro nesse livro, apenas com diferença no desfeixo e em alguns personagens.
- Foram feitos dois filmes sobre o livro, mas não recomendo nenhum deles. Mesmo.


Enfim, autor demonstra que o objetivo de uma guerra não é o de vencer o inimigo, mas sim manter o poder das classes altas, limitando o acesso à educação, à cultura além de destruir os bens materiais das classes baixas para que essas não sejam uma ameaça.

Perdão por me delongar, mas encerro com um trecho do livro:

"O Partido procura o poder por amor ao poder. Não estamos interessados no bem–estar alheio; só estamos interessados no poder. Nem na riqueza, nem no luxo, nem em longa vida de prazeres: apenas no poder, poder puro. O poder não é um meio, é um fim em si. Não se estabelece uma ditadura com o fito de salvaguardar uma revolução; faz-se a revolução para estabelecer a ditadura. O objetivo da perseguição é a perseguição. O objetivo da tortura é a tortura. O objetivo do poder é o poder."

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Discutindo com meu caríssimo companheiro Quincas sobre o post de hoje, pensei em uma diferente abordagem sobre o tema. Nessa semana as principais universidades públicas do país irão divulgar a lista de aprovados para a segunda fase do VESTIBULAR, rs! Acredito que muitos aqui já tenham passado por esse desespero (independentemente de qual foi a universidade escolhida). De qualquer forma, o que eu quero criticar aqui é que cada vez mais o ensino brasileiro está se padronizando em métodos de aprendizagem que têm o mesmo objetivo final: a aprovação nos vestibulares mais concorridos. Assim sendo, vejo crianças de 7 anos sofrendo para decorarem coisas e mais coisas porque terão PROVAS ESCRITAS e classificatórias.

Tudo bem, eu sei que isso é em decorrência do mundo que nós vivemos hoje, em que a competição é cada vez mais acentuada, e nós temos que ser melhores que todos os outros, nós temos que vencer, não é mesmo? Mas não é porque é assim que a gente tem que abaixar a cabeça e ficar quieto, mesmo conseguindo justificar e entender o porquê das coisas serem como elas são não implica necessariamente que aceitemos e continuemos na inércia.
[momento desabafo rs]

Vejo cada vez menos escolas com uma formação ‘alternativa’ – aquelas que pelo menos no ensino primário a criança não tem provas escritas; que as disciplinas oferecidas não se resumem as que caem nos vestibulares, mas incluem ética e cidadania, filosofia, etc; escolas que a avaliação não consiste apenas em quanto o aluno tirou nas provas somado ao peso das lições de casa que ele realizou (argh!), mas juntamente com isso um outro olhar sobre o aluno, outros critérios de avaliação que buscam analisar não apenas sua evolução e crescimento como estudante, mas também como pessoa, como cidadão.

Mas é complicada uma discussão sobre tal assunto, uma vez que além de englobar aspectos do nosso sistema econômico - que cada vez mais ditam as regras sobre todos os outros setores da vida social – envolve também uma discussão sobre o ensino brasileiro; e nesse caso, sobre o PROFISSIONAL, o professor.

Todos nós sabemos a discrepância na qualidade do ensino público e do privado! Profissionais bons e ruins existem em ambos os lados, mas concordam que na rede de ensino privado o professor recebe salários melhores porque ele tem que oferecer um aprendizado ‘melhor’??? Assim sendo, vejo que quem pode buscar uma ‘formação alternativa’ é justamente quem pode pagar por ela, quem pode optar por colocar seus filhos em um colégio de ensino integralmente voltado para a competição e aprovação no vestibular; ou em um colégio que tenha um outro olhar sobre o aluno.

De qualquer forma, é quem tem OPÇÃO. E quem não tem, como é que fica?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

À Procura da Felicidade

Cinema e política vêm traçando uma relação de intimidade com o enriquecimento ilimitado da sétima arte. Seja hollywoodiano ou alternativo, todo filme (ou quase) têm tido, intencionalmente ou não, um caráter político, no sentido de trazer um posicionamento ideológico frente ao contexto em que se passa. A indústria cinematográfica de maior investimento e público, obviamente, também está preenchida com esse tipo de postura. E, nesse caso, atende a interesses que já sabemos quais são.

Filmes aparentemente inocentes, como o Homem Aranha, não estão livres dessa situação. Basta ver, por exemplo, no final do primeiro filme do justiceiro aracnídeo, a cena em que o nosso herói “voa” próximo à uma bandeira estadunidense enquanto relembra a frase, dita por seu tio: “um grande poder traz grande responsabilidade”. Curiosamente, o filme é de 2002, ano da invasão ao Afeganistão e vésperas da invasão ao Iraque por parte de nossos irmãos do norte. Sim, é o contexto inicial da briga dos nossos salvadores contra o dito “eixo do mal”.
Outros tantos exemplos de sutis transmissões dos valores economicamente e politicamente dominantes poderiam ser dados. Quero me ater, no entanto, a um tipo ideal do cinema hollywoodiano enquanto instrumento de reprodução ideológica capitalista: o filme “À Procura da Felicidade”.

É uma história realmente emocionante: o protagonista (Will Smith) vive numa situação de pobreza. É autônomo, mas seu produto está em baixa. Sua esposa, lavadeira, foge de casa, e ele fica sozinho com o filho, sem fonte alguma de renda, fora seu produto de difícil mercado. Seu sonho: ter uma vida mais digna. Sua dúvida: por que a constituição americana traz que o indivíduo tem direito à “procura pela felicidade” e não à felicidade mesma?



Mas ele vai à luta. Após ver um corretor de ações com um carro caríssimo, este ofício passa a ser seu sonho. Ele é aprovado na entrevista na empresa em que o tal homem trabalha. Começa um estágio não-remunerado, no qual precisa se sair bem durante seis meses para ser efetivado. Nesse tempo, passa manhã, tarde, noite e madrugada de esforço contínuo para conseguir tal feito: precisa cuidar de seu trabalho fracassado como autônomo, seu estágio promissor, seus problemas financeiros e da educação de seu filho. São seis meses de aflição, de miséria, de luta, de dor, de problemas, de noites mal dormidas, de leituras... até que: ele consegue!! Sim, ele é aprovado no estágio, mesmo sendo um negro pobre, concorrendo contra brancos mais bem dotados financeiramente. É lógico que ele conseguiu: porque todos têm direito de buscar a felicidade. E ela está de portas abertas a todos que realmente tentam. Os Estados Unidos dão oportunidades à todos.

Muito bem, esta é a mensagem do filme. Vamos a uma breve crítica:

- O protagonista não problematiza a origem de sua situação de pobreza em momento algum: ele não questiona um sistema desigual, pelo contrário, o que mais almeja é estar no topo desse sistema;

- Como é recorrente nos filmes americanos, temos o “self-made man”, como se a mobilização social fosse uma mera questão de força de vontade, o que é evidentemente falso. Além de um esforço desumano e, em muitos casos, uma auto-exploração, nem sempre os que se submetem a isso conseguem o feito;

- A conclusão do protagonista, nas entrelinhas, para seu questionamento quanto à constituição é de que, a felicidade se dá em seu próprio ato de procura. Ou seja: a luta pela ascensão social é o espaço de construção de felicidade. Neste caso, a desigualdade social foi fundamental para que ele fosse feliz;

- A noção de felicidade é, no filme, sinônimo de fartura financeira.

Haveria muito mais a falar e aprofundar, mas fico por aqui, pois já escrevi muito mais que devia.

Opinem.

Beijos à Capitu, abraços aos amigos e um gesto obsceno a Escobar.

Boas férias a todos.

VENDE-SE









Olá Olá caros colegas de blog!

dada uma breve viagem, só pude postar hoje neste ilustre Blog!Minhas desculpas...

Confesso que tive dificuldade em decidir sobre o quê iria falar aqui. Música é um assunto que me interessa muito, sob vários aspectos, de modo que fica difícil escrever um parágrafo sem tocar em diversos temas diferentes.

Pois bem, para hoje iniciarei discutindo um caso muito específico, o da Srta. Mallu Magalhães.

Bem, Maria Luiza de Arruda Botelho Pereira de Magalhães é uma menina de 16 anos que, não digo que virou febre nacional, mas virou febre "cult", "indie", e outros diversos adjetivos que encontro por aí quando leio algo sobre ela.

A jovem de 16 anos é tratada como virtuose por boa parte da mídia voltada para a música. A Folha de São Paulo, MTV, a BRAVO, a ROLLING STONE resolveram elogiar o trabalho quando ele ainda se resumia a umas musiquetas no myspace dela. Depois de alguns posts em seu Myspace ela já estava em Jô Soares, Altas Horas, fazendo shows em diversos lugares em São Paulo e agora no Rio.
Não quero ser preconceituosa.

Minha questão não é a Mallu magalhães em si. Não é a sua idade, não é a sua sem gracice e não é por que sua voz arrastada é ainda muito infantil. Para uma menina de 16 anos, ela pode ser até que legal.

Minha questão, na verdade é pelo fato de que tudo pode ser comprado . Podem me chamar de ingênua, mas eu acho que o papel das revistas e canais voltados à música seria , senão descobrir novos talentos e divulgá-los, ao menos gerar críticas musicais de fato para quem conseguiu um espaço no mainstream, discussões plausíveis, observações coerentes.

Naturalmente há um financiador por trás, não só dela, mas de diversas personalidades (inclusive) da música que nos são empurradas pelas repetitivas programações de todas as rádios, pelas top lists dos canais de música, pelas apresentações musicais dos programas da globo, etc etc etc. E então compra-se um espaço nas programações de rádio , compra-se aparições no Jô, Altas Horas (para os desavisados, eu juro que há um preço a ser pago), por fim, compra-se alguns formadores de opiniões e então, voilá temos um artista, uma celebridade.

Não sei se sou apenas eu a deslocada, mas acho isso muito triste. Para mim música é emoção, é talento, é dedicação de corpo e alma. Onde estão os grandes intérpretes? Onde estão as grandes composições?

Hoje ainda ouvimos os clássicos do samba, do rock, da dita MPB e entre tantas outras músicas imortais ( constantemente reinterpretadas e rearranjadas por esses novos "músicos", vale lembrar) . Músicas que nossos pais ouviam - para não falar naquelas que nosso avós já ouviam- e sobreviveram até hoje. Me emociono ouvindo Chico falar da ditadura que não vi, ouvindo a voz de Elis cantar amores e dores que não vivi...

Desculpem perguntar, mas qual vai ser o nosso legado?

Tchubaruba da Mallu? Demoro Já É, da Tati quebra barraco? Beber cair levantar, do Aviões do Forró? Ou alguma do Fresno???

Essa realidade se estende por outros tantos campos da vida cultural. Minha pergunta é, como reverter essa situação? Como dar mais espaço para que não pode comprá-lo?? É isso o que queremos para a música??

Beijos e abraços a todos!









sábado, 13 de dezembro de 2008

Seja feita vossa vontade...

Boa noite meus pimpolhos...por pouco não consigo postar neste famigerado blog...
tendo em vista as peculiaridades desse fim de semana que ainda se encontra longe de seu término, adianto que o post a seguir não deverá ser de toda a sanidade...

Falemos de religião meus caros...
assunto contraditório
dizem que assim como politica e futebol, não deveriam ser discutidos

será?

com o pensamento contraditório que tenho, muitas vezes digo que sim...muitas vezes digo que não...
contudo, vejamos em que estado de espirito me encontro hoje...
o final pode ser imprevisivel até para mim mesmo...

não sei até que ponto é bom possuir a caracteristica de questionador quase que positivista, pois é muitas vezes isso que acontece quando penso em religião
QUAL A PROVA CONCRETA QUE DEUS EXISTE?
VAMOS....ME DE UMA PROVA.... ME FAÇA UM MILAGRE...

é...nada simples...

contudo, o que penso é se esse questionamento realmente é o importante...
a pergunta deve mesmo ser: QUAL A PROVA DE QUE DEUS EXISTE?
ou poderia ser: QUAL A IMPORTANCIA DA EXISTÊNCIA (REAL OU NÃO) DE DEUS?

o que me pergunto no momento meus gafanhotos é: qual o intuito de questionar essa existência divina?
realmente não sei....no momento me parece um tanto vago...

ISSO É MANIPULAÇÃO IDEOLÓGICA...
MERAS CONSTRUÇÕES SOCIAIS
DEUS FOI FEITO À IMAGEM DO HOMEM...

meras indagações desobjetivas...

nao tratemos da religião como um problema do sistema
veja-a como um conjunto de significados inquebraveis para as pessoas...
não vejo como saudáveis se questionar as crenças dos outros....por em xeque essa mesma crença
quebrando se as crenças... quebramos as...
bom... me fogem as palavras do que quebramos...
mas nada muito simples acontece nessas indagações...

não sei o caminho que tomou meu post, nem o resultado...
mais um vomito de idéias, do que um dissertação de idéias...
para tanto...
independente dos meios e dos fins...
vai ai minha sugestão...

CADA UMA CHAME OS SEUS DEUSES
HOJE É DIA DE BRINDAR A VIDA
BEBA UMA CERVEJA COM JESUS
ENQUANTO TOMO UM WISKY COM BUDA...

um grande abraço a todos...

como sempre

discordem
critiquem
odeiem

apenas sejam delicados...pois sou uma pessoa sensivel...

Bom domingo!!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Esquerda - Centro - Direita

Venho aqui hoje para expor aos queridos visitantes do Beco um questionamento que me surgiu há alguns dias. Meu objetivo aqui no post de hoje não é me posicionar politicamente, aliás, acho que isso é um tanto difícil nos dias atuais, mas pensei porque seria ou é tão difícil manter, sustentar uma bandeira política, ou uma ideologia política, como preferirem, a partir do momento que se chega ao poder, por exemplo.
Para ilustrar minhas considerações usarei duas figuras de alguma forma polêmicas.
Para começar, uso um exemplo mais antigo, o de Lula. Todos sabemos que antes de se tornar Presidente da República levantava a bandeira do Partido dos Trabalhadores com as duas mãos, propondo mudanças aos trabalhadores e defendendo inclusive a reforma agrária (aliás, prevista em nossa Constituição mas até hoje, 20 anos depois da promulgação, ainda não regulamentada e muito menos praticada). O que vemos, porém, em seu governo – que já dura longos 6 anos – é a convivência com propostas das grandes empresas econômicas, a privatização de muitas estatais, como o maior exemplo da Vale do Rio Doce (em 2007) e, ainda – claro que não só, mas também em seu governo – a explosão do escândalo do “mensalão”.
Como um segundo exemplo ainda não tão claro, porém, como já dito, polêmico, temos a figura de Barack Obama.
Devo, antes de terminar este post, fazer uma consideração a respeito da importância, não só histórica, mas também política e social de sua eleição nos EUA, já que esse fato pode ser entendido como um pedido de mudança na ordem vigente atualmente, inclusive econômica, em decorrência da crise atual, do colapso mundial, da guerra, etc.
É claro que não sabemos como será seu governo sem que ele tenha começado, mas para encerrar, o que me chamou à atenção nas indicações de Obama aos cargos de confiança, como os Ministérios, por exemplo, foi a grande coincidência de nomes com antigos governos. Logicamente que há por trás dessas indicações muitos interesses partidários, e não seríamos ingênuos de negar tal fato – apesar de acreditar que no caso de Obama não é questão de defender ou não a bandeira democrata ou republicana –, mas a proposta de Obama não “era” a renovação?! Não lhes parece, caros colegas de devaneios e seriedade, que há aqui também uma contradição?!
Será que é tão difícil manter as propostas das campanhas – com ressalvas no caso de Obama – quando se assume o cargo almejado?!
Saudações.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Na Natureza Selvagem

No ano de 1990, com 22 anos e recém formado em Ciências Sociais com especialização em Antropologia, Christopher McCandless ao terminar a faculdade, resolve doar todo o seu dinheiro a uma instituição de caridade, mudar de identidade e partir em busca de uma experiência de libertação para transcender o materialismo vivenciado no cotidiano.

Abandonando a rica família, sem que ninguém saiba, parte para estrada. Caminha por uma grande parte dos EUA (passando até pelo México) seja pé, de canoa ou carona, arranjando empregos temporários sempre que o dinheiro faltava.


Sempre desconfiado das relações humanas e com uma enorme influencia de leituras que incluíam Tolstoi, Lord Byron e principalmente Thoreau, desejava viver algum tempo no Alaska onde poderia estar longe do homem e da sociedade. O que vai acontecendo durante este caminho transforma o Cris (o super-andarilho) num símbolo de resistência para inúmeras pessoas.

Sendo uma espécie de Thoreau dos anos 90, Christopher busca provar para si mesmo que a verdadeira felicidade do homem só pode ser encontrada em contato com a natureza. Busca provar que tanto as relações humanas como os bens materiais não são capazes de trazer uma felicidade genuína, mas sim alienada.


Em outras palavras, libertando-se da sociedade, de suas regras, das relações humanas e do apego a bens de consumo é que o homem conseguirá atingir a liberdade e consequentemente a real felicidade, aquela que nada nem nínguem seria capaz de tirar. A felicidade por si só, incondicional.

Pra quem quiser o trailer:
http://www.youtube.com/watch?v=5knsMrhR75w

"Rather than love, than money, than faith, than fame, than fairness... give me truth."
(Thoreau)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Plim Plim!

Olá internautas!

Como hoje é domingo, dia de tema livre; proponho uma discussão tranqüila sobre televisão! Como domingo não tem muita coisa para fazer (e eu particularmente odeio domingo por isso) só me restou ver o que estava passando nas telinhas! Felizmente, ou não, a TV escolhida tinha todos os programas da tv a cabo, tv paga, NET, SKY... enfim, passam aqueles canais que não são abertos a todos!

Eu sou contra excesso de televisão, acho uma alienação absurda e que, na maioria das vezes, não acrescenta muita coisa útil para o intecto das pessoas rs; mas não nego que é um meio de diversão e lazer de muitas pessoas, algumas vezes o único meio... Mas acredito que deva ser “consumida com moderação” e que o tempo que passamos na frente dela seria muito mais proveitoso se estivéssemos fazendo outras coisas, como lendo um livro ou conversando com pessoas, por exemplo.

Mas o ponto da discussão que eu quero chegar não é esse! O que me chocou, e me choca cada vez mais, é a falta de conteúdo das programações. No caso, eu tinha mais de 60 canais a minha disposição, e não consegui encontrar mais de 2 ou 3 que passassem algo que realmente valesse a pena ser visto. E detalhe: esses dois ou três eram da TV paga, a qual poucos têm acesso! Assim sendo, fiquei pensando o que resta para a maioria da população brasileira que não pode pagar por canais informativos como Discovery Channel, National Geographic, History Channel etc... alguém pode dizer que esses são canais que me interessam apenas, mas o que eu quero dizer é que a maioria dos canais da TV aberta passam novelas e mais novelas, programas de fofocas sobre celebridades, jornais mais comprados e parciais que qualquer outra coisa, programas com depoimentos de como “minha vida mudou quando entrei para a Igreja X”, enfim... LIXO!

Sem contar no bombardeio de propagandas de artigos de luxo que não correspondem com a realidade brasileira. Eu fico extremamente abismada quando passam aqueles lindos comerciais de automóveis, e em seguida aparece na tela: A PARTIR DE R$ 59.990,00!!! Como se fosse algo realmente acessível, realmente normal para o padrão de consumo da nossa população, e o pior de tudo é a reação que essas propagandas provocam – que é exatamente o objetivo das empresas – fazem as pessoas acharem que o que mostra ali (que é ressaltado mais ainda nas novelas) é o ideal a ser atingido, é um estilo de vida que todos devem buscar; e as pessoas passam a desejar esses itens, passam a fazer de tudo para poder adquiri-los ou pelo menos, adquirir suas imitações.

É decepcionante!

Gostaria de saber a opinião de vocês, bem como quais seriam as possibilidades para melhorar nossa programação – como poderíamos exigir isso – ou, caso não seja possível tamanho efeito, como conscientizar as pessoas que a televisão, na maioria das vezes, não passa o que acontece na realidade, e que devemos utilizá-la o mínimo possível.
( E se vocês concordam comigo nesse aspecto, rs )

Saudações!

Capitalismo e Meio Ambiente

Max Weber (sim, de novo ele) traz que o capitalismo, dentre outras características, é marcado sobretudo pela "avidez sem limites pelo lucro", ou seja, pela ânsia ilimitada pelo acúmulo (o famoso 'espírito do capitalismo'). Não é o caso aqui falar de como Weber trata a origem de tal ganância. O que se foca é sua relação com a questão ambiental.

A atividade humana, o desenvolvimento, o progresso, a práxis social, sempre envolvem, em última instância (em maior ou menor grau) a transformação da natureza em que o homem se insere.

Ora, como o capitalismo gera na conduta subjetiva um desejo ilimitado pelo "capital econômico", a relação homem-meio ambiente se dá de forma devastadora, irracional (curioso: o capitalismo se vale de uma racionalidade extrema em seu economicismo e suas relações burocráticas, mas é irracional em seus fins), pois o que se visa é o dinheiro, o lucro em curto prazo, sejam quais forem as conseqüências aos demais seres.

O Estado, aliado dos grandes produtores que destróem o planeta (em sentido lato), é conivente com a extinção gradual(?) da vida terrena. Tudo em nome do acúmulo. Enquanto isso, é jogada à sociedade civil toda a responsabilidade pela questão ambiental.



Por favor, não sou contra nenhuma campanha defensora do meio ambiente. Só acredito que não basta que os domicílios reciclem todos seus materiais e deixem de jogar lixo na rua. Mesmo que isso aconteça, o ambiente continuará sendo destruído aceleradamente pelas indústrias. Vi recentemente num vídeo que para cada saco de lixo doméstico produzido, as indústrias produzem 70.

Meu posicionamento é (sem falsa neutralidade desta vez): podem fazer a campanha que for, podem surgir milhões de ONGs ambientalistas (cujo trabalho é cada vez mais louvável), mas a depredação ambienta só será reversível se mudar a mentalidade de quem produz, ou seja, se o dito "espírito do capitalismo" for superado, seja através da "conversão" dos proprietários, seja através da eliminação da propriedade.

Mas o que achas? O problema ambiental é típico do capitalismo ou seria superado em outro sistema? É possível mudar as mentes dominantes à respeito dos impactos ambientais sem trasnformar as próprias relações de produção?

Opinem, discutam, discordem, concordem...

Um bom domingo a todos,

Bentinho

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Para poucos

Caros , boa noite.

Antes de iniciar meu post devo desculpas, já que posto com 24hrs de atraso.

Bem, intenciono em meu primeiro post chamar atenção para algo que me envergonha e indigna muito: o preço dos livros no Brasil.

É impressionante. É muito difícil, para não dizer impossível, comprarmos uma obra por menos de R$ 30. Não entendo isso, acho que jamais vou entender! Com tantos livros no mercado, com tantas livrarias no Brasil - além das opções da internet - os preços são altíssimos!Os livros da moda, então, são impossíveis de serem adquiridos por menos de R$50, e claro, o valor da revenda é infímo, insignificante.

Certa vez li que a nova tendência das editoras era o re-lançamento de obras já bem sucedidas, cultuadas, em edições de luxo. Assim, lançou-se Grande Sertão Veredas, Dom Quixote em edições com capa dura, papel sofisticado e detalhes dourados. Bem, não há que se discutir o preço da edição de luxo, já que a edição regular da obra de Guimarães Rosa sai, em média, por R$60.

Essa situação me indigna e envergonha por duas razões: a primeira é por que a cultura/lazer é um direito de todos, e esse absurdo impede que muitos tenham acesso aos livros. É claro que há a opção das bibliotecas, entretanto, tenho para mim - me corrijam se estiver errado - que o nosso hábito de frequentar as bibliotecas públicas é tão pequeno quanto seu número.

A segunda é o quanto deste valor realmente é revertido para o autor. Assim como no caso das gravadoras, as editoras lucram muito mais do que o artista. Se o artista vem a lucrar, claro. Certa vez tive a desagradável experiência de tomar conhecimento que, com a publicação de um livro, cabia a muitos novos autores de textos literários ou didáticos apenas uma cota de livros editados. Para o escritor, então, não basta conceber um obra e dar a ela vida, é prciso convencer o editor de que ela é digna de ser publicada e ainda vendê-las, para, então, poder arrecadar algum dinheiro.

Os livros em versão pocket são mais acessíveis, cabe aqui dizer. Edições como as da Martin-Claret chegam a custar muito menos que a metade das publicações semelhantes de outras editoras. Mas essa edição só se dá, em geral, de textos clássicos, grandes obras. E o novo escritor? Como fica?

Acredito que a diminuição dos preços dos livros seria benéfica para o autor, cuja obra teria mais alcance e para o leitor, que poderia ler mais, melhor e por menos. As editoras? Bem, as editoras já têm dinheiro o suficiente, penso eu. Mas certamente a situação vai continuar como está e a cultura, assim como tudo em nosso país, continuará assim: para poucos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Pensamentos...


Me diga amigo...
Onde foi parar o tempo de outrora
Aquele tempo em que vivemos

Viver.............. palavra inconstante.......
............palavra vazia

Hoje comemos
Hoje andamos
Hoje dormimos
Mas hoje vivemos?

Viver é mais...
Viver era mais
Hoje não vivo
Hoje padeço

Hoje entristeço de uma tristeza que não sei bem
Não sei...Não sabes...Não sabemos...

Que tempo é este?
Que homem é este?
Muito pensamento...
.......... pouco...

Pouco tudo...

Não é o tempo
Não são os dias
É o homem

Por isso...

Me diga tempo,
Onde foi para o homem de outrora?
Aquele homem que sabia viver...

________________________________________________________



Bom pessoal...
escrevi pra dar a cara para bater
literalmente
acima é um poema meu...

por favor
critiquem
não gostem
odeiem
façam o que quiserem
rs

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Educação Diferenciada!?

Bom... acho que cometi um pequeno erro na postagem, mas enfim.. hahah vamos lá, queridos internautas, seguidores, colaboradores e visitantes do Beco. Hoje venho aqui pra mais um tema polêmico, como têm sido todos os últimos relacionados à educação. Prometo ser breve, apesar de o tema proposto ser complexo:

Em uma última reunião da mais alta cúpula relacionada ao Conselho Nacional de Educação, realizada em Brasilia, se não me engano próximo do dia 20 de novembro, compareceram todos os membros deste conselho e também convidados a fim de dar suas opiniões e fornecer propostas para a educação de pessoas portadoras de algum tipo de necessidade especial, ou de deficiências, seja física, mental, sensível, enfim.
Eis que uma professora da Faculdade de Educação da Unicamp, convidada expor suas idéias, fez uma ótima explanação acerca da necessidade de inclusão dessas pessoas, acima referidas, nas salas de aula de ensino regular, normal, visto que com o devido acompanhamento esses indivíduos seriam plenamente capazes de "acompanhar" a turma, terminando por desenvolver seus próprios métodos para facilitar seu aprendizado.
Rebatendo a tese dessa educadora, muitos dos presentes, abismados com sua crença, disseram-lhe que era uma "filósofa", defendendo que ao invés de garantir o estudo dessas pessoas em ensino regular, junto com as outras crianças, por exemplo - já que vemos que este debate é mais comum quando as pessoas são mais jovens - , deveria ser criado algum projeto no qual essas pessoas tivessem sim o ensino garantido, mas este seria especial, leia-se segregado, em classes separadas e com métodos diferentes, já que elas não seriam "capazes" de seguir de acordo com o mesmo planejamento, dito "normal".
A partir do relato dessa educadora da Unicamp é que me veio a questão acerca da dificuldade de acordo sobre o tema, visto que ele suscita, e ainda mais nos dias atuais, muitas discussões. Assim, como o prometido, não querendo me alongar, proponho aqui a discussão:
1. O ensino segregado de pessoas portadoras de necessidades especiais seria uma forma realmente "eficaz" para a garantia de seu aprendizado?!
2. Esse ensino de forma separada é sustentável e seria a única forma de "ensino" posível, visto que muitas escolas, contra essa linha, vêm se adaptando e adaptando e capacitando seus professores e salas de aula para receber essas pessoas com essas necessidades específicas?!
3. E mais, ainda que haja capacitação, treinamento dos educadores, dos colegas de sala e do grupo como um todo, não seria possível a integração no ensino regular, "normal", dessas pessoas?!

Ficam aqui esses questionamentos, que são apenas alguns dos que podem surgir acerca desse assunto polêmico.. Considero encerrada a minha fala e aberta a sessão de debates! (haha)

Lord of the Flies (1960)

Boa noite caros amigos!

Hoje vou falar de um filme, que vi a pouco tempo, mas que nunca ouvira falar antes. Na verdade creio que ouvi algum colega comentar sobre ele, mas nenhuma propaganda da midia. Apesar do nome este filme não é de fantasia medieval; o filme fala sobre várias crianças inglesas, de diferentes tipos de escolas, que saem em uma excursão para a um país africano, mas durante o percurso o avião acaba caindo, as crianças sobrevivem e ficam presas a uma ilha, o piloto morre.

Eu sei que o tema de isolamentos em ilhas já foi um pouco explorado por filmes como "Naufrago" e "A lagoa azul", mas este filme é diferente. Caminhando em um sentido contrário a filmes como "Naufrago", "Lord of the Flies" coloca varios personagens na ilha e, para sobreviverem, eles começam a desenvolver uma sociedade. Nesse sentido o filme não exalta o individualismo - indivíduo sozinho é capaz de se manter vivo em uma ilha de ambiente totalmente hostil.

Segundo a minha interpretação, existem duas problemáticas centrais no filme: 1) ausência de adutlos que, como pessoas que ja foram educadas, ou melhor dizendo, civilizadas, "enquadradas nas regras", recebem o papel de educar diretamente as crianças; 2) uma oposição entre dois tipos de poder: o poder autoritário-militarista e o poder democrático-conscensualista. Para que vocês possam entender melhor o que acabei de falar, contarei brevemente um pouco sobre a história do filme.

Caminhando pela praia, Ralph e Piggy encontram uma concha, a concha é grande e Ralph sopra nela produzindo um som. O som chama as outras crianças e acaba provocando uma "reunião". Durante essa reunião, Ralph, por ter soprado na concha, é eleito pelos outros para ser o líder. Já neste momento a dualidade de poderes aparece, a eleição só ocorre porque um outro garoto, Jack, queria ser o líder. Jack vem de uma escola mais elitista, onde ele era líder de um coro, ele é autoritário e prefere resolver os problemas tomando a ação, sem muita conversa ou espaço para o debate, diferente de Ralph. Ralph é uma categoria da democracia, burocrático com normas e regras, mas não puni os transgressores, ele usa a concha como simbolo da palavra, a conhca era dada a pessoa na hora em que fosse a vez dela falar.

No início o poder de Ralph é respeitado por todos, inclusive por Jack, mas com o surgimento do mito do terror, neste filme representado por uma besta, a legitimidade do poder de Ralph cai, e o "povo" o substitui pelo "militar" Jack gerando consequencias que eu não contar.

Apesar de antigo (eu vi a versão de 60), o filme é muito atual - isso parece um paradoxo mas não é - se compararmos com a realidade politica, principalmente com o Governo Vargas e a ditadura militar, no caso do Brasil, e com o governo Bush e o governo nazista da alemanha, no caso de paises estrangeiros, onde o governo usa o "mito do terror" para se legitimar e ser aclamado pela população.

Em certos momentos achei o filme um pouco etnocentrico, mas mesmo assim é um filme indispensável e de boa qualidade. Quem não viu ASSISTA.


Ass: Shem

domingo, 30 de novembro de 2008

Olá queridos!

Como hoje é dia de tema livre, não vou postar nada que exija extrema reflexão...

Aqui vão dois links:

Um que contém mtas tirinhas bacanas da Mafalda:

http://clubedamafalda.blogspot.com/

E outro que é de um trabalho de um fotógrafo com fotos, postais e objetos.
Uma obra de arte!

http://www.flickr.com/search/?q=souvenirs&w=79664273%40N00&s=int&ss=2&ct=6&page=4

Espero que gostem!

Um Beijo!

Colombina

sábado, 29 de novembro de 2008

Ensino Religioso

Saudações pessoas.

Primeiramente venho questionar: o que é que acontece com nossos assíduos comentaristas?
Estariam todos na labuta diária deste penoso fim de ano?
Ou estaríamos nós sendo prolixos na arte da escrita?
Peço que deixem dicas e críticas para melhor vos satisfazer.

Feitas essas salientações, dou o tema dessa publicação: o ensino religioso.
Graças a nossa queridinha e doce mídia brasileira mais um assunto um tanto quanto importante foi deixado de lado para se dar espaço a assuntos mais prodigiosos como o futebol.
Pra quem ainda não sabe, em sua última visita a Itália nosso popular presidente fez uma visita ao Vaticano onde assinou um compromisso de se integrar obrigatoriamente ao currículo da educação básica o 'Ensino Religioso' como matéria.


Pois bem, não vou entrar na questão de estado laico porque isso pra mim é impossível.
Basta ver que diariamente o tema religião é tratado nas escolas, seja na aula de português ou na de história. Ou o fato do estado Francês se proclamar laico mas fazer uma dura perseguição a liberdade religiosa em espaços públicos.
Acontece que o intuito do ensino religioso, apesar de ser assinado no Vaticano, é o de ensinar aos alunos religião, ou seja, englobando a todas e sem se transformar em uma catequese.

Sem querer me prolongar em um grande texto já que você, meu querido leitor, provavelmente está fadigado e com a mente de férias, deixo algumas questões pra reflexão:

1) Realmente essas aulas não serão tendenciadas pela religiosidade do professor?
2) As aulas existentes já não são influenciadas pela religião do professor? (ex: criacionismo x evolucionsmo na biologia ou a abordagem da inquisião na história)
3) É importante se ter consciência da vastidão de pensamentos religiosos?
4) O que você acha importante de se tratar nessas aulas? (ex: conceito de religião ou o funcionamento de cada religiosidade)

Cumprindo minha promessa de ser sintético, considerem essa publicação encerrada.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Olá internautas!

Como vão todos?

Dezembro tá aí, o ano já tá acabando, e aposto que todo mundo está naquela correria típica de fim de ano... por achar que assim como eu, todos estão super esgotados e implorando por férias rs meu post será light e trará uma opção viável de relaxamento para quem puder separar alguns minutos do dia e dedicá-los a ouvir uma boa música!

Roberto Frejat... conhecem né? Cantor e guitarrista, fundador da banda Barão Vermelho - companheiro de Cazuza em diversas parcerias. Fantástico, tem uma voz penetrante que faz com que cada verso de suas músicas soem de maneira diferente, de um jeito que parece nos tocar profundamente!

É um excelente compositor e é muito fácil de enxergar ou enxergar alguma situação familiar nas letras que ele compõe! Pois bem, passando o meu momento de veneração rsrs venho fazer propaganda do mais novo álbum solo dele, lançado em setembro desse ano - Intimidade Entre Estranhos! Na primeira "ouvida" parece ser meloso demais, poucas faixas são agitadas do jeito que marcou o primeiro disco solo dele Amor para Recomeçar; mas depois que a gente escuta com calma, sozinhos, sem pressa... é bastante reflexivo! E acredito que nessa época do ano todos nós refletimos sobre as coisas que passaram, não só na nossa vida, mas que se passaram no mundo em geral. Então aí vai a minha sugestão para quem também que boas músicas podem provocar e motivar as pessoas a serem quem elas realmente querem ser!
Saudações!

Você não quer ver nada além do seu umbigo
E eu quero ver o que há depois do perigo
Você acha que ninguém sofre mais do que você
Talvez porque não saiba ao certo o que é sofrer

Ando pelas ruas cheirando a fumaça dos motores
Enquanto você fantasia suas dores de amores

Você não quer ver nada além
Que ninguém ensina nada a ninguém
Você não quer ver nada além
Que ninguém ensina nada a ninguém

Você não quer ver nada além do seu mundinho
E eu prefiro escrever meu próprio caminho
Você acha que ninguém sofre mais do que você
Talvez porque não saiba ao certo o que é sofrer

Você sonha ser princesa em castelos fabulosos
Enquanto eu vago na cidade entre inocentes e criminosos

Você não quer ver nada além
Que ninguém ensina nada a ninguém
Você não quer ver nada além
Que ninguém ensina nada a ninguém

Fique com os seus bonsais, seus haicaisSua paz, suas flores, seu jardim de inverno
Se isso é céu
Eu prefiro meu inferno

Porque você não quer ver nada além
Que ninguém ensina nada a ninguém
Você não quer ver nada além
Que ninguém ensina nada a ninguém

20 anos de Constituição!

Comemoramos esse ano, os 20 anos da nossa Constituição Nacional.
É uma data que deve ser lembrada.

É devido a ela:
- A implantação do Sistema único de Saúde (SUS).
- A defesa do consumidor.
- Defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.
- A eleição direta para a presidência da república.
- O voto universal.
-Garantia do valor mínimo de aposentadorias.
- Redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais.
- Transformação do racismo em crime inafiançável.

É fato que a constituição recebeu muitas emendas, (62! ) depois de 1988, algumas mudando totalmente o que havia sido dito antes, recebeu também muitas medidas provisórias, coisa muita contestada.

Óbvio que a constituição é problemática, principalmente em termos econômicos.
Além disso, podemos ver diariamente que ela é utilizada “com dois pesos e duas medidas” de acordo com a classe social e os interesses dos poderes.
A constituição, que ganhou o apelido de Cidadã, não é, portanto, uma das mais democráticas.

deixo aqui um link de um texto de Uadi Lammêgo Bulos, que traz algumas críticas interessantes a constituição.

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11798

Fica ai pessoal...
Um outro tema para pensarmos!

Desculpem o atraso (o post deveria ter sido enviado ontem!)
e até logo!!

Colombina

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Pensemos...

Boa noite meus queridos...

Primeiramente agradecer as controvérsias do meu último post... de uma certa forma conseguimos fazer salientar os objetivos deste blog... a discussão, a discórdia e assim por diante...

Contudo, essa semana estava eu pensando sobre o post de hoje e creio que o tema que irei discutir não irá agradar à um determinado amigo nosso, um certo Casmurro presente em nosso blog. Por isso, primeiramente, dedico este post ao nosso amigo Bentinho, que há muito calunia a imagem de nossa amada Capitu.

Indiscutivel a importância de Machado em nossa literatura, mas nos atamos a esta famigerada pergunta que há tempo nos rodeia: Capitu traiu ou não Bentinho?

Ultimamente li essa obra novamente, e sinceramente, hoje com a leitura mais aprimorada e cuidadosa, não consegui evidências irrefutáveis da traição de Capitu, mas sim da casmurrice precoce de Bentinho, mesmo que esse se declare desta forma apenas quando adulto. Portanto, vamos por partes.

Primeiramente lembremos que alguns 'ques' de casmurrice Bentinho já apresenta em sua infância, tendo por exemplo a passagem em que este fica totalmente transtornado por ter achado que Capitu direcionava o olhar a um cavaleiro que passava na rua, bem no fim de semana que voltara do feriado. Lembrem da construção ilusória que Bentinho fez dessa passagem.

Lendo e ouvindo comentários sobre o livro, cheguei à uma conclusão que pode ser a chave desse dilema, e por favor, discordem e apontem outras se for o caso...
Essa chave está mais precisamente no capitulo CXXXV, se não me engano, aquele intitulado OTELO...

"Jantei fora. De noite fui ao teatro. Representava-se justamente Otelo, que eu não vira nem lera nunca; sabia apenas o assunto, e estimei a coincidência. Vi as grandes raivas do mouro, por causa de um lenço. —um simples lenço!—e aqui dou matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros continentes, pois não me pude furtar à observação de que um lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e compor a mais sublime tragédia deste mundo. Os lenços perderam-se. hoje são precisos os próprios lençóis; alguma vez nem lençóis há e valem só as camisas. Tais eram as idéias que me iam passando pela cabeça, vagas e turvas, à medida que o mouro rolava convulso, e Iago destilava a sua calúnia. Nos intervalos não me levantava da cadeira- não queria expor-me a encontrar algum conhecido. As senhoras ficavam quase todas nos camarotes, enquanto os homens iam fumar. Então eu perguntava a mim mesmo se alguma daquelas não teria amado alguém que jazesse agora no cemitério, e vinham outras incoerências, até que o pano subia e continuava a peça. O último ato mostrou-me que não eu, mas Capitu devia morrer. Ouvi as súplicas de Desdêmona, as suas palavras amorosas e puras, e a fúria do mouro, e a morte que este lhe deu entre aplausos frenéticos do público.
—E era inocente, vinha eu dizendo rua abaixo; — que faria o público, se ela deveras fosse culpada, tão culpada como Capitu? E que morte lhe daria o mouro? Um travesseiro não bastaria; era preciso sangue e fogo, um fogo intenso e vasto, que a consumisse de todo, e a reduzisse a pó, e o pó seria lançado ao vento, como eterna extinção...
Vaguei pelas ruas o resto da noite. Ceei, é verdade um quase nada, mas o bastante para ir até à manhã. Vi as últimas horas da noite e as primeiras do dia, vi os derradeiros passeadores e os primeiros varredores, as primeiras carroças, os primeiros ruídos, os primeiros albores, um dia que vinha depois do outro e me veria ir para nunca mais voltar. As ruas que eu andava como que me fugiam por si mesmas. Não tornaria a contemplar o mar da Glória, nem a serra dos órgãos, nem a fortaleza de Santa Cruz e as outras. A gente que passava não era tanta, como nos dias comuns da semana, mas era já numerosa e ia a algum trabalho, que repetiria depois; eu é que não repetiria mais nada.
Cheguei a casa, abri a porta devagarinho, subi pé ante pé, e meti-me no gabinete, iam dar seis horas. Tirei o veneno do bolso, fiquei em mangas de camisa, e escrevi ainda uma carta, a última, dirigida a Capitu. Nenhuma das outras era para ela; senti necessidade de lhe dizer uma palavra em que lhe ficasse o remorso da minha morte. Escrevi dous textos. O primeiro queimei-o por ser longo e difuso. O segundo continha só o necessário, claro e breve. Não lhe lembrava o nosso passado, nem as lutas havidas, nem alegria alguma; falava-lhe só de Escobar e da necessidade de morrer."


Vamos portanto, ao ponto principal... De certa forma aqui, Bentinho justifica toda a sua construção da traição de Capitu, em uma obra onde o protagonista mata a amante de forma errada, ou seja, na peça de Otelo, Desdêmora é inocente, vitima do delirio de Otelo, quando este baseou seu homicidio na evidencia de um lenço. Temos então que Bentinho se faz convencer pela seguinte hipotese: Se Otelo matou Desdemora por causa de um lenço, porque não posso fazer o mesmo com Capitu, por muito mais?


É esta a impressão que tenho da obra, talvez aqui esteja a chave que Machado tenha deixado para a compreensão desse dilema. Vale ressaltar que na época do livro, o público na sua grande maioria não se valia do conhecimento da peça de Otelo para compreender essa possivel chave da obra.

Fica ai minha sugestão... Deveria enfatizar alguns pontos, porém o post já está grande demais...
Fica ai o convite à leitura critica do livro para concordar ou discordar da minha posição...

Obs: Bentinho, não se preocupe, Capitu nunca lhe traiu com Escobar... Mas sim traiu Escobar , a vida inteira, com voce!!!

Um grande abraço e ótima semana a todos!!!
PS: O Haroldo não para de me pedir para que mande saudações...então ai vai: SAUDAÇÕES DO HAROLDO

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Ahh.. que tal um bom filme durante a semana?!

Vim hoje aqui para falar-lhes, queridos internautas, a respeito de um filme brasileiro, já que precisamos prestigiar nosso cinema e suas grandes produções, então vou tratar hoje aqui do “Quanto vale ou é por quilo?”, filme de 2005, dirigido por Sérgio Bianchi.

A estrutura narrativa do filme é bastante interessante e inovadora. Mostrando a história de pequenos casos que acontecem no cotidiano, o longa-metragem também faz um paralelo com a escravidão do século XIX, mostrando o comércio de escravos e as relações de poder existentes entre os proprietários e os escravos.

O capitão do mato seria o matador de aluguel – grande existente nas grandes cidades hoje em dia – que funciona como um trabalho terceirizado, nas duas épocas. O retrato e a analogia também ressaltam a falência das instituições públicas, a “responsabilidade social” usada como marketing pelas empresas atuais, a corrupção e o individualismo, o pensar em si mesmo somente, nas duas épocas. O desfecho do filme mostra duas possibilidades que não eram propriamente esperadas pelo espectador.

O filme traz também algumas teses interessantes, tais como:
· A função social dos pobres na sociedade seria, aos olhos dos capitalistas, unicamente a de fechar o ciclo para a circulação do dinheiro;
· O individualismo das pessoas como um todo, que não se importam com as causas sociais existentes;
· A falência das instituições do país, onde o governo público não dá conta de atuar em várias áreas;
· A responsabilidade social sendo usada como estratégia de marketing para as empresas e corporações.
· A questão da mercadoria, onde se compra algo para vender mais caro. Usa-se a mercadoria e a mais-valia para se ganhar dinheiro.
· A terceirização dos serviços como uma provável nova forma de trabalho escravo.
· As ONGs têm caixa-dois, superfaturamentos, enfim, muitas delas não cumprem o seu papel de auxílio social.

Diversas frases marcam o filme e muitas delas, junto com as cenas, explicam as teses ressaltadas. Entre elas está o fato de que nas empresas que trazem o símbolo da responsabilidade social vendem até mais caro porque se dizem engajadas com o bem-comum, o que fica claro no filme que não é puramente verdade, já que ocorre a corrupção e desvio de muitas verbas públicas em prol do benefício de particulares e, nem sempre a responsabilidade social dessas empresas é voltada especificamente para uma melhoria da cidadania. Uma passagem que revela esse valor capitalista nas empresas é quando a personagem de Caco Ciocler diz em uma festa: “Invista em causas sociais: é bom para o próximo, é bom para a sua empresa”.
Além disso, explicitando mais ainda a visão necessária do lucro na sociedade capitalista, a mesma personagem diz da contratação de presidiários, sob a óptica da “re-inclusão social”, que pode ser bastante rentável aos empresários, já que se pode pagar menos à eles e estes não têm porquê se rebelarem, uma vez que precisam prestar contas à Justiça e não podem cometer nenhum desvio de conduta enquanto estão em observação.

Uma frase que é repetida algumas vezes durante a trama explicita de forma muito chocante, porém verdadeira o caráter social e político do filme: “Com o dinheiro da recompensa por trazer a escrava grávida que havia fugido, o capitão do mato poderia criar o seu filho, alimentá-lo e educá-lo com dignidade e liberdade”. Essa frase é dita quando no século XVIII e XIX, os capitães do mato recebiam a recompensa pela captura dos escravos, sendo que sacrificavam os filhos das negras (que seriam também escravos quando nascessem) para que pudessem criar os seus filhos, mostrando a diferença entre as classes sociais e o individualismo das pessoas. E nos dias de hoje, a cena é a última do filme, quando Candinho leva para casa uma recompensa e, com ela, poderia criar o seu filho com a dignidade que merecia.

Sobre a terceirização como forma de escravidão, pode-se dizer que atualmente a flexibilização das leis trabalhistas é a que marca a questão, já que não existe o vínculo empregatício entre a empresa e o trabalhador, não é necessário o oferecimento direto de férias, de folga semanal, enfim, os direitos dos trabalhadores terceirizados acabam ficando mais restritos. E a lógica do mercado, no sentido de que os pobres só servem à sociedade na questão do consumo, o ator Lázaro Ramos deixa isso claro em uma das falas de sua personagem: “O que vale é ter liberdade para consumir, essa é a verdadeira funcionalidade da democracia", explicando a tese de que eles fecham o ciclo da circulação do capital.

Outra questão marcante é a do projeto de inclusão digital proposto no filme, que seria um ótimo projeto, mas a empresa criada para isso super-faturou os computadores, criou caixa-dois, enfim, praticou diversos atos deploráveis no sentido da cidadania. Um ponto que ainda deve ser ressaltado sobre o aspecto do lucro é que na aula de gestão, que é mostrada durante o filme, os alunos aprendem a relação custo-benefício, a relação que deve existir entre beneficente e beneficiário, sempre buscando o maior aproveitamento e rentabilidade para as empresas.

O filme, baseado no conto “Pai contra mãe” de Machado de Assis e em algumas crônicas de Nireu Cavalcanti sobre a escravidão é um excelente trabalho que mostra em suas entrelinhas o pensamento clássico da sociedade capitalista em que vivemos.

Sobre a democracia, o filme nos mostra que é o sistema política vivido no Brasil – e na grande maioria dos outros países – porque é o sistema que melhor favorece o liberalismo econômico, sendo, por isso, o sistema do consumo.

É mais um filme que suscita a discussão e o pensamento, deixando todos extasiados diante da lógica perversa da sociedade, onde ninguém se importa com ninguém e os outros indivíduos somente são lembrados quando precisam fechar o ciclo de circulação do dinheiro. É-nos mostrado como muitos vêem as crianças de rua como lixos, que sujam as cidades e devem ser removidas, como os idosos são desrespeitados, abandonados em asilos, sem nenhum tratamento realmente eficaz, como as mazelas da sociedade são apagadas por causa de pequenas ações que não têm um cunho social intenso e válido de verdade.

É importante ressaltar que existem ONGs e ONGs, que nem todas agem da mesma forma e muitas lutam realmente para promover mais dignidade e cidadania para as pessoas, porém a crítica do filme recai em cima da falência das instituições públicas que além de não conseguirem cumprir com o seu papel, não fiscalizam a aplicação das verbas, permitindo que as empresas que as recebem não prestem contas verdadeiras e super-faturem todos os preços, além do desvio de verbas, que ocorre em todos os setores da nossa sociedade e faz tanto mal pra quem realmente precisa.

E vocês, o que acham da instituição de ONGs onde o governo não atua?! Ou mais do que isso, acreditam que elas funcionem de verdade?! Ou como no filme, muitas são somente fachada para o desvio de dinheiro!?
Até a próxima, Vermelho


E ai galera?


Para discontrair um pouco vou contar uma historia, a historia do papai noel, que, apesar de mtos acharem q ele eh invenção do mercado para induzir o consumismo (ele tb eh isso claro) de fato ele existiu.


Seu verdadeiro nome era Nicolau. Nasceu no século III d.C., em Petara, na atual Turquia. Ficou encarcerado por um tempo por não negar sua fé em Cristo. Entretanto, com a ascenção de Constantino no poder, e com a incorporação do cristianismo como religião oficial do império romando, Nicolau foi liberto.


Apesar de sua libertação e da oficialização do cristianismo, Nicolau teve problemas com a igreja. Ele era bispo de Mira e, em um debate entre os lideres religiosos, Nicolau se levanta e esbofeteia um de seus antagonistas. Com isso ele perde o cargo de bispo. Porém ele não deixa de atuar como cristão.


Nicolau fica conhecido por ajudar as pessoas pobres e principalmente as crianças carentes. Após sua morte ele é santificado pela igreja que reconhece varios milagres feitos por ele. Seus milagres acabam aumentando sua fama e suas historias, onde fica dificil saber qual é verdadeira. Uma das mais conhecidas é a de que um casal pobre não havia dinheiro para custear o dote do casamento de suas filhas e q Nicolau teria jogado, à noite, um saco com dinheiro na porta da casa desta familia.


Estas e outras historias fizeram com que Nicolau ficasse mto famoso na Europa, sendo o dia 6 de dezembro o seu dia (dia em que morreu). Com o protestantismo, o culto a Nicolau diminui, apenas na Holanda ainda era presente onde o chamavam de Sinterklaas. Com o tempo a lenda do Sinterklaas se fundiu com outras lendas, como a de um mago da mitologia nordica q andava num trenó e q premiava as crianças boas e castigava as ruins.


Os emigrantes holandeses levaram aos EUA a lenda do Sinterklaas. Lá ele ficou conhecido como Santa Claus, pq era mais facil de se pronuciar, e criaram a imagem do velinho alegre q percorria o mundo distribuindo presentes.


Em 1866 o cartunista Thomas Nast cria a imagem do papai noel q temos hj, com um detalhe dificil de se imaginar: o papai noel vestia azul e não vermelho. Finalmente, em 1931, através de uma grande camapanha publicitaria, a Coca-Cola veste o papai noel de vermelho.


É interessante ver as mudanças ocorridas ao longo do tempo. Será q o msm acontecerá com os nossos famosos de hj em dia sendo q num futuro eles formarão uma lenda totalmente diferente doq eram?Bom, fica essa pergunta para se pensar. E falando nisso falta 1 mês para o natal, eh bom que comecemos a planejar as coisas.


É isso moçada. Fica a foto dos dois noéis


Flw.


Ass: Shem


sábado, 22 de novembro de 2008

Ópio do Povo?

Boa Noite.

Hoje era dia de nossa apaixonante colega Colombina falar-vos, mas por problemas de última hora venho substituí-la. Falemos de um tema sempre polêmico, conforme definiu nossa assídua visitante Amelie Poulan: religião.

Max Weber, em sua grande obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, faz uma magistral e polêmica análise, identificando oe elementos culturais/religiosos que se fizeram fundamentais à gênese do capitalismo, tal como conhecemos.

Michel Löwy, sociólogo brasileiro, desenvolve um interessante trabalho analisando a esquerda cristã na América Latina. Busca mostrar como muitos cristãos (sobretudo católicos) aderiram a pressupostos marxistas e foram fundamentais na resistência às ditaduras. As insureições populares em Nicaragüa (em que a resistência tomou o poder) e El Salvador nos anos 70 e 80 só foram possíveis graças ao apoio de cristãos, inclusive padres e bispos. No Brasil, as chamadas Comunidades Eclesiais de Base - em que eram (e são) feitos trabalhos de conscientização e apoio a lutas populares - chegaram a abranger 3 milhões de fiéis, e foram fundamentais na resistência à ditadura (padres foram presos e torturados) e na fundação do Partido dos Trabalhadores.

Löwy (marxista e ateu) vendo a mairoria absoluta cristã no continente, chega fazer a discutível afirmação: “em numerosos países da América Latina, a revolução será feita com a participação dos cristãos, ou não se fará...”

Vemos, no entanto, que as correntes esquerdistas católicas - parte da chamada Teologia da Libertação - sofrem resistência: pelo individualismo religioso pentecostal e neopentecostal, pelo conservadorismo papal e pelos marxistas mais radicais, que refutam qualquer espécie de religião.

Pois bem. Suponhamos que nosso bom e velho Weber esteja certo. Suponhamos que os valores subjetivos, construídos pela religião, sejam fundamentais para o curso histórico. Será que é possível pensar na superação do capitalismo sem se considerar a esfera religiosa? Será que uma sociedade sem classes só será possível com a difusão completa do ateísmo? Será que a religião é sempre o "ópio do povo"?

Novamente, deixo perguntas.
E meu posicionamento, já que foi um post nada imparcial.

Abraços e até a próxima!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Pareço Moderno?

Saudações pessoas.

Poderia usar desse espaço pra falar do show do Offspring que se foi, do P.O.D. e do Queen que se aproximam, da parceria do McCartney com Bob Dylan...

Mas não, usarei esse espaço somente para falar de nossa musicalidade tupiniquim.

Não falarei de bandas em evidência.
Não sou crítico musical, não toco instrumento algum.
Ouço uma banda e, sem nenhuma base concreta, afirmo se a considero boa ou ruim.
E ultimamente tenho me dedicado a escutar ao máximo bandas brasileiras com pouca divulgação na mídia (sim, bandas ditas alternativas), seja qual for o gênero que toquem.
Por acaso escutei essa banda e pensei: uau, que demais!
E agora compartilho com vocês:


Não comentarei nada sobre eles: acessem, escutem, tirem suas conclusões e as diga nos comentários.

Também quero manifestar a real importância da tolerância ao ecletismo musical:
O gênero musical realmente reflete uma postura ou classe social?
Uma música ser popular ou de fácil execução quer dizer que necessariamente é ruim?
O que faz pessoas ou grupos sociais se identificarem com um gênero musical?
Qual importância de se preservar musicalidades típicas? Elas são mesmo típicas?
Por quê essa aversão a certas musicalidades?
Por quê certos músicos (como Marcelo Camelo ou Caetano Veloso) incomodam tanta gente?
Por quê quem gosta de um gênero musical se vê obrigado a não gostar de outro?
Por quê a música brasileira é tão desvalorizada entre os brasileiros mesmo sendo valorizada no exterior?

Enfim, não darei nenhuma resposta.

Assim termino essa estranha e enfezada publicação.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008


Boa tarde internautas!
Em algumas cidades do país hoje é feriado! Feriado em homenagem a o que mesmo? Ah... aos negros! Pois é “Dia da Consciência Negra”; parece até estranho discutir preconceito racial com a recém vitória de um negro na Casa Branca né, para alguns isso é um sinal de que o preconceito está sendo superado no mundo ocidental, já outros justificam com argumentações do tipo ‘é que a maioria da população norte americana é negra’.
Com ou sem Obama, sabemos que o preconceito racial tem sido combatido por uma série de governos, mas também sabemos que está MUITO longe de ser superado; a criação de ONGs e comunidades humanitárias caminha no mesmo ritmo que a criação e/ou manutenção de grupos neo-nazistas e similares... quando achamos que estamos superando a discrimanação racial ela se consolida com total força em outras partes do mundo, ou do nosso país, ou do nosso estado, ou da nossa cidade, não é mesmo?

Acabei de me lembrar de um projeto do governo Vargas para “branquear” a população brasileira, chega a ser cômico, não podemos ignorar todos os outros aspectos positivos do governo dele, mas branquear a população de um país de grande maioria mestiça é querer consolidar (mais uma vez) o domínio ideológico do branco-europeu-superior contra o negro- escravo-inferior! Temos que parar de pensar e analisar tudo de acordo com os padrões americanos e europeus, a nossa história é diferente da deles, o nosso país também, nossa população tem diferentes valores e realidades! Mas aí vem uma elite (branca) que acha glamuroso viver como vivem os europeus, que ignora os negros esquecendo que foram eles que levantaram o país às custas de seu próprio suor, sobre condições não humanas. Mas na hora do Carnaval todo mundo para pra ver os ‘negões’ e as ‘negonas’ sambarem espetacularmente, na hora do futebol todo mundo torce pro Ronaldinho Gaúcho, pro Robinho e os tratam como verdadeiros heróis nacionais!

Mas quando um negro está na mesma calçada a noite, todo mundo (sem querer generalizar, mas de certa forma generalizando) se arrepia e fica desconfiado né? O mercado de trabalho brasileiro confirma cada vez mais esse preconceito imbutido: há uma diferença tremenda entre o salário de um negro e o salário de um branco para o mesmo cargo, a mulher negra é mais mal paga do país (mas também né...empregadas domésticas, tão querendo o que?) a hierarquia dos salários é formada por homens brancos no topo e negros na base, mas na hora de entrevistar um empregador ele jamais fala que tem esse preconceito; e isso é o pior de tudo no nosso país (na minha opinião): o preconceito que a gente sente é velado, ninguém fala que sente, ninguém saí na rua defendendo os brancos ou exibe com orgulho a carterinha de sócio da Sociedade Eugênica de São Paulo por exemplo. E é por isso que eu acho tão difícil ser combatida toda essa discriminação no nosso país, porque em um primeiro olhar superficial, de pesquisas de opinião superficiais... parece que o preconceito quase não existe, ou que está sendo superado rapidamente, que o nível de integração nacional está alto!

E quais são as medidas adotadas pelo nosso governo? Feriados, exigência legal de um certo número de empregados negros nas empresas, “cotas nas Universidades”? Não vou me alongar sobre esse assunto porque acho que cabe a outro post e porque é tão polêmico quanto este, mas acredito que nosso governo não age na real base estrutural do problema, ele apenas vai lapidando as exteriorizações decorrentes deste problema!


O agir deve ser sob a consciência do povo brasileiro; tentando suprir essa rídicula concepção que nós temos desde sempre de que o ‘estilo de ser’ europeu-americano é o que deve ser tido como ideal a ser alcançado, isso é um absurdo!!! E dificulta cada vez mais a formação de uma identidade nacional com reconhecimento das nossas raízes e acolhimento de todas essas diferenças que no final das contas nos tornam apenas um: brasileiro!



Saudações! Vou comer um acarajé em comemoração ao grande dia!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Literatura infanto-juvenil e Religião


Nesta bela e ensolarada quarta-feira, me arrisco a falar sobre literatura. Embora eu goste muito de ficções, a crítica literária está longe de ser minha maior área de afinidade (contradição de alguém se vale da alcunha de um personagem literário clássico). Decidi não abordar aqui nenhum grande clássico. Vou dedicar minhas palavras a uma breve dica: a trilogia Fronteiras do Universo.

Aparentemente, é uma obra infanto-juvenil descompromissada, a la Harry Potter. Passa-se num universo paralelo, muito parecido com o nosso mundo, com três diferenças fundamentais: a alma humana é exteriorizada na forma de animal – os chamados deamons –, a Reforma Protestante não aconteceu e a Igreja Católica mantém seu poder temporal em pleno século XX.

Com viagens entre universos paralelos, personagens mitológicos, alianças políticas complexas, disputas violentas por poder e uma protagonista que mistura inocência e malícia de forma incrível, a obra nos prende de maneira fascinante e, a todo momento, nos impele a pensar nossa própria realidade.

No decorrer da trama, se revela uma dura crítica ao fundamentalismo religioso e ao poder político das instituições religiosas, mostrando, em última instância, a necessidade de uma união universal de oprimidos de todos os povos para superar as instituições que geram opressão e dominam as consciências. E essa luta ocorre em âmbito universal. O resultado almejado é a libertação de todos, inclusive após a morte (representada de maneira muito diferente de qualquer religião), na luta contra a alienação (tanto no sentido vulgar quanto no marxista). A descrição dispensa citações sociológicas.

No cinema, o primeiro livro da trilogia – A Bússola de Ouro – ganhou caráter excessivamente infantil e a crítica à Igreja é bastante amenizada. Não é um filme que eu recomende, ainda que seja estrelado por velhos conhecidos como Nicole Kidman e Daniel Craig.

Lanço algumas questões:

    • Quais são os impactos de uma obra infanto-juvenil criticar duramente a concepção religiosa e – nesse caso – o próprio Deus (que na trama é o grande vilão), dado que a enorme maioria do mundo possui alguma crença transcendental?

    • O fundamentalismo religioso é, justamente, merecedor de críticas, principalmente nos casos em que grupos religiosos detém poder político (catolicismo na Idade Média, paises do Oriente Médio, etc.). Isso significa que, necessariamente, uma instituição religiosa que detenha poder político trará resultados perversos? (é interessante verificar se é possível uma analogia com povos “primitivos” em que poder religioso se confundia com o político)

Não vou me posicionar, apenas lanço as questões. E deixo uma dica aos amantes da leitura para as próximas férias. É um livro de fácil leitura, que começa infantil mas ganha um caráter até mesmo sinistro em seu desenrolar.




segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ahh... A Sétima Arte

Gente, primeiramente, uma boa segunda a todos, e ótimo começo de semana...Semana pequena aliás, quinta temos feriado...VIVA A CONSCIÊNCIA NEGRA!!
Gostaria de discorrer sobre esse tema, ótimo por sinal, mas sugiro que o encarregado da postagem de quinta fale sobre isso... Ótima discussão..

Bom, entramos na segunda semana do
BECO LIVRE... e como todo começo de semana, como toda segunda, falemos de cinema...




Foto clássica essa do Chaplin não é mesmo?! Estava pensando esses dias sobre qual filme falar...e percebi que é quase um pecado, pelo menos pra mim, falarmos de cinema sem falarmos do Carlitos...
Vários filmes sensacionais, dificil de escolher apenas um...
Mas pro ponto onde quero chegar escolhi o Grande Ditador...
Só para abreviar, o filme é uma sátira e um duro enfrentamento à Hitler, quem não assistiu, por favor ASSISTA...

Contudo, quero usar esse filme pra perguntar uma coisa... QUAL O PAPEL DA ARTE?

Nesse filme, que foi lançado em 1940, Chaplin faz uma sátira e um enfrentamento a uma das mais cruéis ideologias da história recente... AI me deparo hoje com filmes industriais, que não tem nenhuma posição sobre nada... não quero restringir aqui o caráter politico, mas tambem nao tem nenhum posicionamento cultural, ético, moral, ou seja, o cinema, em muitos casos, deixou de ser um arte, passou realmente a ser uma indústria...o que me entristece...
Arte como manifestação da realidade deixou de existir... qual o sentido da arte então? é ela ser vazia? ser apenas expressão de uma subjetividade oprimida? sobre os amores perdidos? sobre os chifres levados? Quanta banalização!!!

Deêm uma olhada no último discurso de Chaplin neste filme...




Em meio a grande guerra, onde povos se matam ele faz um discurso emocionante sobre a paz, sobre um ideário de vida, ou que você quiser entender... sobre uma sociedade igualitária...uma critica ao capitalismo e o avanço das máquinas sobre os homens... um discurso que vai de encontro ao pensamento de liberdade e contra todo o processo de subsunção que está acontecendo na época...mais que tudo ele se POSICIONA...

Muitas pessoas podem ir contra o que eu digo, dizendo que qualquer tipo de arte deve ser um tipo de expressão livre...Porém, não discordo disso, só acredito que não vivemos no mundo perfeito onde podemos deixar de lado o mundo real... o problema não é a arte ser uma livre expressão, é ela ter se tornado, como via de regra, uma expressão de nada...

Me arrepia quando ouço, por exemplo o nosso poeta Ferreira Gullar... poeta que se aliou ao partido comunista brasileiro... me arrepio pois ouço em sua poesia o retrato de sua época... do absurdo que foi nossa ditadura militar...
Me arrepio hoje quando vejo o filme LINHA DE PASSE, do diretor Walter Salles, quando este retrata de forma muito fiel, a realidade da periferia urbana de São Paulo...
E choro quando ouço artistas ou bandas que passam seu periodo de produtividade inteiro se atendo apenas ao carater subjetivo, sem levar em consideração qualquer carater da realidade...
não que a arte deva ser isso (expressão livre) ou aquilo (engajamento com a realidade), apenas acredito que deva, na obra de qualquer artista, haver uma contraposição entre estes dois pontos...
sem nenhuma repudia à qualquer tipo de expressão artistica (((parte do texto modificada devido a discussão que se segue, onde mostraram que havia me precipitado, ou melhor, não tinha me esclarecido de acordo com o que queria dizer...Grato))))

Por isso me pergunto...QUAL O SENTIDO OU O DEVER DA ARTE?
Não estou indo contra qualquer tipo de expressão artistica, apenas contra o esvaziamento da própria arte em muitos aspectos... defendo que a arte também deve se engajar de um posicionamento...de um relato, mesmo que subjetivo, do real...um relato das injustiças, das contradições, etc.

Defendo a arte, contanto que ela não seja vazia!!!
Defendo a arte, contanto que ela tenha um sentido!!!
Defendo a arte, acima de tudo, quando esta não se esquece do contexto em que foi ou está sendo produzida!!!